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Mini-entrevista: contra a homeopatia na saúde pública

Três perguntas para Michael Marshall, o ativista que fez o sistema de saúde do Reino Unido deixar de gastar dinheiro com homeopatia.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 26 dez 2019, 19h28 - Publicado em 26 dez 2019, 16h13

A homeopatia é uma das 29 “práticas integrativas e complementares” oferecidas pelo SUS, junto com imposição de mãos, constelação familiar, florais e outras terapias que não possuem comprovação científica – ou seja: trata-se de um gasto público de utilidade duvidosa. O jornalista britânico Michael Marshall foi uma figura central no movimento que excluiu a homeopatia, a mais popular dessas práticas, do sistema de saúde do Reino Unido. Ele diz como fazer o mesmo no Brasil.

Qual é o risco das terapias alternativas?

Isso encoraja as pessoas a desconfiar de médicos, a ver medicina convencional como uma opção entre outras. Elas fazem com que as pessoas evitem ou atrasem um tratamento real, o que pode ser perigoso.

Como a homeopatia foi eliminada do sistema público de saúde do Reino Unido?

Pensei que a melhor forma de mostrar que a homeopatia não funciona era contar que não havia nada naqueles “remédios”. Eu e um grupo de céticos organizamos uma campanha de “overdose coletiva”. Compramos pílulas de homeopatia para dormir e viramos o frasco inteiro na frente de várias farmácias do Reino Unido para mostrar que elas não provocavam uma overdose – nem faziam dormir! Essa campanha chamou atenção da mídia e foi o pontapé inicial para o processo de questionar o emprego do dinheiro público.

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Como daria para fazer isso no Brasil?

O que não dá é chegar falando como se você fosse superior à outra pessoa. É preciso usar exemplos reais. Também vale mostrar o que tem sido feito em outros países. Dei o exemplo do Reino Unido, mas recentemente a França também anunciou que vai parar de reembolsar produtos homeopáticos. Precisa haver uma pressão e falar para o governo: “Você quer mesmo ser o único país que ainda está gastando dinheiro com isso?”.

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