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Ciência comprova: homeopatia não funciona

Estudo analisou a eficácia da homeopatia em 68 doenças. Em todos os casos, o efeito foi o mesmo de um placebo. Ou seja: a melhora se deve à autosugestão do paciente

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 fev 2024, 14h26 - Publicado em 22 fev 2016, 14h45

Em 1796, o alemão Samuel Hahnemann publicava suas primeiras observações sobre uma nova forma de enxergar a medicina: a homeopatia. Esse é o nome dado à uma linha de tratamento que se baseia na chamada “lei dos semelhantes”.

Enquanto a medicina tradicional, também conhecida como alopatia, usa compostos com efeitos opostos aos sintomas que deseja tratar, a homeopatia segue a lógica contrária: seus supostos remédios contém substâncias que causariam exatamente o mal que você está passando. Em termos práticos, se você tem alergia a abelhas, um médico homeopata lhe receitaria como tratamento o veneno diluído do animal. Mas esse procedimento é questionado desde a criação da homeopatia.

Outro ponto crítico é a diluição. Na homeopatia, as substâncias ativas são diluídas em uma grande quantidade de água – a ponto de tecnicamente, certos medicamentos homeopáticos conterem apenas H2O.

Homeopatia
(esemelwe/Getty Images)

Agora, 220 anos depois, mais um argumento vai ser usado entre nas discussões entre apoiadores e críticos: um pesquisador australiano afirma que a homeopatia não cura nenhuma das 68 doenças que ele avaliou. As doenças incluem alergia, asma, fibromialgia, diarréia e até condições mais específicas, como afasia de Broca (distúrbio neurológico em que o paciente perde a fala).

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Paul Glasziou é professor na Universidade Bond, localizada na Austrália, e ocupa uma cadeira no Conselho Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, lá ele foi responsável por analisar 176 estudos que procuravam medir a eficiência da homeopatia em tratamentos curativos.

O resultado é que os exames não mostraram uma melhora maior do que as taxas de placebo (quando o paciente acredita estar sendo tratado, mas recebe apenas uma substância inócua). Ou seja: quando alguém toma algum remédio homeopático e apresenta melhora, isso na verdade se deve à autosugestão daquela pessoa.

“Eu consigo entender que Hahnemann estava insatisfeito com as práticas médicas do século 18, como as sangrias, e tentou achar uma alternativa melhor”, afirma Glasziou em uma postagem no blog do Conselho. “Mas eu acho que ele ficaria desapontado pelo fracasso coletivo da homeopatia de, ao invés de continuar seguindo suas investigações inovadoras, seguir perseguindo um beco sem saída terapêutico”, conclui.

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