Maior aeronave do mundo tem chão de vidro e fará cruzeiros de luxo
O Airlander 10, híbrido de avião, helicóptero e dirigível, promete fazer viagens de até três dias pelos ares com o conforto de um hotel cinco estrelas
Se você achou que os dirigíveis já estavam aposentados, achou errado. A empresa britânica Hybrid Air Vehicles (HAV) quer fazer passeios turísticos de luxo com o gigantesco Airlander 10, um híbrido que combina a tecnologia dos aviões e dos helicópteros com a dos zepelins que ficaram famosos no começo do século 20.
A HAV faz aeronaves com diversos usos, de transporte de carga a missões militares. Mas, em julho, durante uma feira de aviação, ela apresentou algo diferente. O Airlander 10 é basicamente um hotel cinco estrelas móvel. Com vidros no chão para observar a paisagem, além de cômodos espaçosos, quartos privativos e um bar, ele comporta até 19 passageiros para cruzeiros de até três dias nas alturas. O superavião tem 92 m de comprimento, superando com folga a maior aeronave de passageiros do mundo, a Airbus A380, que possui “meros” 73 m.
Veja algumas fotos do interior do Airlander:
Como o gigante funciona
Para tirar as 20 toneladas do Airlander do chão, são necessários aproximadamente 38 mil metros cúbicos de gás hélio, além de turbinas para que ele se locomova quando estiver lá em cima. A velocidade máxima é de 148 km/h. Ou seja, ele é muito mais lerdo que a média de aviões comerciais, que podem voar a mais de 900 km/h. A baixa velocidade reduz o gasto com combustível, o que o torna um meio de transporte aéreo com menor impacto ambiental.
A marcha lenta também traz outras vantagens: além de tornar a viagem mais agradável aos futuros passageiros, ela aumenta a autonomia de voo. Segundo a HAV, o Airlander 10 pode ficar até cinco dias passeando por aí. Nos planos originais da empresa, a ideia era criar uma máquina capaz de permanecer duas semanas sem precisar reabastecer.
Para conseguir a licença comercial, a aeronave ainda precisa completar a fase de testes. Em 2016, quando ela começou, o Airlander caiu em uma das tentativas. Até agora, seis voos foram completados sem nenhum problema, e a expectativa é que os cruzeiros comecem em 2019. Resta saber se isso será suficiente para que o megadirigível se livre do apelido que ganhou após a sua apresentação no Reino Unido: “The Flying Bum” (ou, em bom português, “o traseiro voador”).