Este fone de ouvido faz tradução simultânea
Nova tecnologia permite que duas pessoas conversem falando duas línguas diferentes.
Uma salvação para os viajantes e para os amantes bilíngues. É essa a promessa do Pilot, um fone de ouvido que permite que duas pessoas se entendam em uma conversa em duas línguas diferentes.
O americano Andrew Ochoa teve a ideia do Pilot quando começou a namorar uma francesa. Fanático por tecnologia, ele quis encontrar uma solução para a barreira de linguagem entre os dois. E assim começou o desenvolvimento dos fones, que devem ser lançados em março do ano que vem.
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No vídeo abaixo, dá para ver um protótipo do dispositivo em ação. Funciona assim: cada participante da conversa usa um par de fones, que são conectados entre si por Bluetooth. Os dois dispositivos são conectados a um aplicativo de smartphone, que funciona como o “dicionário eletrônico”. O app processa a voz de um dos participantes da conversa e envia um áudio da mensagem traduzida ao outro fone.
A mensagem é traduzida quase que em tempo real. Na demonstração, dá para perceber que existe um delay, mas muito mais suave que as próprias traduções simultâneas de grandes eventos como o Oscar. Outra vantagem é que o equipamento foi criado para funcionar offline, já que o acesso de viajantes a 3G e Wi-Fi é limitado.
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O projeto vai lançar uma campanha de crowdfunding no site Indiegogo para financiar a fase final de testes e já dá para se inscrever para as pré-vendas. Mas conversar sem dificuldades em duas línguas ao mesmo tempo não vai sair barato: o kit com direito a dois pares de fones, um carregador portátil e o aplicativo devem ficar entre US$ 250 e US$ 300 (R$ 890-1060, quando este texto foi escrito).
A primeira versão do aplicativo só vai conseguir traduzir do inglês para línguas latinas (português, espanhol, francês e italiano são as principais) e vice-versa. Os desenvolvedores pretendem expandir o pacote e incluir dialetos asiáticos, hindus, árabes, eslavos e africanos. Além disso, versões futuras do Pilot prometem traduzir todas a vozes ao seu redor e não apenas a de quem está usando o segundo par de fones.
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O fato do equipamento usar aquela voz padrão de GPS – uma mulher falando completamente sem emoção – dá um certo desânimo, mas já é um avanço não depender mais de um dicionário ou um aplicativo de celular. Dá até para olhar nos olhos do paquera, mas cuidado. Vai saber como o tradutor vai interpretar expressões como “meu chuchuzinho”.