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Emissões de carbono do Google aumentam em 50% por causa de IA

Centros de processamento de dados da big tech estão demandando mais energia, dificultando metas de sustentabilidade.

Por Eduardo Lima
5 jul 2024, 12h00

O Google tinha planos ambiciosos de alcançar zero emissões líquidas de carbono até 2030. Isso significa que a empresa pretendia remover da atmosfera a mesma quantidade de CO₂ que emite. Agora, por causa da demanda energética dos novos produtos de inteligência artificial, a meta ficou bem mais difícil de ser cumprida. As emissões do Google cresceram 48% em cinco anos.

Os principais motivos do aumento foram o consumo de eletricidade por centros de processamento de dados e emissões causadas pela cadeia de logística da empresa. Em 2023, as emissões cresceram 13% em comparação com o ano anterior, atingindo a marca de 14,3 toneladas de carbono.

Esses dados foram revelados no relatório ambiental anual da big tech. A própria empresa admite que alcançar a meta de zero emissões líquidas até 2030 vai ser difícil, ressaltando que um dos problemas é “a incerteza em volta do impacto ambiental futuro da IA, que é complexo e difícil de prever”.

A Agência Internacional de Energia estima que, até 2026, o consumo de energia dos centros de processamento de dados do mundo pode dobrar dos 1000TWh registrados em 2022. Se isso acontecer, só essas estruturas das empresas de tecnologia vão ter uma demanda de energia comparável à do Japão, o terceiro maior PIB do mundo.

Segundo a consultoria e empresa de pesquisa SemiAnalysis, a demanda exigida pelas IAs vai levar os centros de processamento de dados a usar 4,5% de toda energia gerada no mundo até 2030.

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O que são centros de processamento de dados?

É nesses centros de processamento de dados, locais onde ficam armazenados diversos computadores de uma determinada empresa, que os modelos de IA das big techs são treinados e operados.

Um estudo recente mostrou que um sistema de IA generativa, como o ChatGPT da OpenAI ou o Gemini do Google, pode usar 33 vezes mais energia do que máquinas usando softwares especializados em realizar uma função específica.

No mesmo relatório, o Google afirma que dois terços de toda energia usada pela empresa vem de fontes limpas em carbono. O quão limpa é a fonte muda de acordo com o local do centro de processamentos de dados. Estruturas instaladas no Oriente Médio, na Ásia e na Austrália usam menos energia limpa em carbono do que os centros nas Américas e na Europa.

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Não é só o Google que está sofrendo com esses problemas. A Microsoft também anunciou neste ano que o uso de energia dos seus centros de processamento de dados está se tornando um perigo para a meta da empresa de ter emissões negativas até 2030.

Para Bill Gates, o fundador da Microsoft, isso não é um problema tão grande. O jornal britânico The Guardian noticiou que o bilionário acredita que a IA será uma ajudante para combater as mudanças climáticas, e não mais um fator para piorar a crise. Ele disse que as big techs estão dispostas a pagar mais para usar fontes limpas de energia para “dizer que elas estão usando energia verde”.

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