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E Se… O teletransporte existisse?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 1 Maio 2011, 22h00

Rodrigo Rezende

E quem disse que ele não existe? Cientistas já conseguem teletransportar átomos. Mas não naquele esquema Jornada nas Estrelas, em que uma coisa some num lugar e reaparece em outro que nem mágica. O teletransporte real tem mais a ver com enviar uma foto por e-mail. Você não manda a imagem em si. O que viaja são as instruções que fazem outro computador criar uma cópia da foto na tela dele. Para teletransportar um corpo como o seu é igual. Você precisa escanear a posição exata de cada um dos seus 6,7 bilhões de bilhões de bilhões de átomos (e de cada partícula que forma cada um deles), mandar pela internet e imprimir uma cópia de você do outro lado. O “papel”, aí, é a matéria-prima do nosso corpo – no caso, um barril cheio de água mais átomos de carbono, cálcio, ferro… A “impressora” é uma máquina que seja capaz de pegar essa maçaroca e moldá-la na forma exata do seu corpo, seguindo as instruções que chegaram pela rede. Com a tecnologia de hoje, o máximo que dá para fazer é escanear as informações de um único átomo e transmiti-las para outro. Pouco. Mas não faltam otimistas. “Em uma década, vamos teletransportar moléculas. Em duas, quem sabe, até células”, diz o físico americano Michio Kaku. Mas, para você pisar no teletransporto aí embaixo, só daqui a uns séculos. No mínimo.

Xerox de gente
O teletransporte nem facilitaria tanto as viagens. Mas mudaria para sempre a forma como nos vemos

1. JOGA FORA NO LIXO
A máquina de teletransporte mata você. Só retalhando seu corpo ela consegue escanear suas partículas, traduzi-las na forma de dados e enviá-los até o destino. Lá você é reconstruído a partir de matéria-prima que contenha os mesmos elementos químicos que formam qualquer ser vivo, como átomos de carbono e água. Seu corpo original? Vai para o lixo.

2. IPEOPLE
O indivíduo que surge é uma coleção de átomos que ganha a forma de um corpo idêntico ao seu, com as mesmas memórias e a mesma consciência. É você. Estranho? Nem tanto: hoje mesmo quase todos os seus átomos acabam substituídos a cada 10 anos. Você já é só um conjunto de informações, como uma música em mp3. Num mundo com máquinas capazes de ler essas informações, dá para levar gente no iPod.

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3. NO VERMELHO
Viajar para outros planetas continuaria complicado – teriam que levar cabines de teletransporte até lá. Marte seria um destino tranquilo, já que lá tem H2O e muito CO2 – desse gás é que sairia o carbono para a reconstrução dos corpos. Mas não ficaria barato construir tudo isso tão longe. E a passagem custaria uma bolada capaz de deixar sua conta tão no vermelho quanto a paisagem marciana.

4. SALVEM NOSSA ALMA
Quando você destrói seu corpo na máquina de teletransporte, o que acontece com a sua alma? Se não acredita em alma ou já vendeu a sua, pule esta parte. Caso seja católico praticante, não tem jeito: vai ter de fazer a extrema-unção antes do teletransporte e ter o novo corpo batizado no destino.

5. BRILHA MUITO NO BOCA
Quando você entra na máquina, seu corpo vira um conjunto de bits a ser materializado no destino, certo? Mas nada impede que esse processo aconteça várias vezes. Ou seja: que usem isso para fazer clones instantâneos, e lucrativos, como os Ronaldos aqui.

6. PLANO DE MILHAGEM
O que determina o preço de uma viagem de avião é a distância. No teletransporte, isso não existe. Mas sobra uma variável: o preço do material para reconstruir os corpos nos teletransportos. Para conseguir os 16 quilos de carbono que existem numa pessoa de 70 quilos, por exemplo, são necessários 19 litros de petróleo. Ou seja: conhecer o Oriente Médio ficaria mais barato do que um um pulo até Buenos Aires.

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