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Bill Gates quer cobrar imposto de renda de robôs

Fundador da Microsoft defende que, se a inteligência artificial vai roubar seu emprego, ela também deveria pagar impostos.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 fev 2017, 20h30 - Publicado em 21 fev 2017, 14h51

Se você vai perder seu emprego para uma máquina, o mínimo que ela deveria fazer é te ajudar a arranjar um novo trabalho. É mais ou menos essa ideia que Bill Gates, fundador da Microsoft, defendeu em uma entrevista ao site Quartz. E a forma de fazer isso, segundo o empresário, é cobrar impostos da força de trabalho artificial.

O que Gates propôs, obviamente, não é colocar inteligência artificial para declarar tudo aquilo que ganhou e pagar uma taxa em cima disso. Os impostos recairiam sobre as empresas que decidiram automatizar os serviços. Claro que ninguém gosta de novos impostos mas, na opinião de Gates, as empresas de tecnologia estariam abertas a essa ideia – afinal, com a automatização, elas ganham muito em termos de produtividade.

Esse “impostos sobre robô” pensando pelo empresário teria a função de trazer os recursos para moldar um novo mundo em que empregos comuns não vão mais existir. A taxa teria dois objetivos principais: o primeiro seria desacelerar a automação por parte das empresas, para que as pessoas não perdessem seus empregos todas ao mesmo tempo.

Em segundo lugar, para Bill Gates, o dinheiro deveria ser investido em uma área em que as máquinas ainda não tem as mesmas habilidades que as pessoas: o cuidado com outros humanos. Ele cita desde trabalhos com educação até cuidados com idosos – porção da população que continua crescendo com os avanços na saúde. “São setores nos quais a empatia e a compreensão humana ainda são incomparáveis”, afirma.

Mas como funcionaria essa taxa? Bill Gates deixa a questão em aberto. “Parte poderia ser cobrada sobre os lucros gerados pela eficiência e corte de custos [com automação]. Parte poderia ser diretamente um imposto sobre robô”. Mas a prioridade, segundo ele, é que a sociedade comece a discutir como lidar com os trabalhos que certamente vão sumir – de dirigir veículos a limpar cômodos.

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“Em que comunidades isso vai ter o maior impacto? Que programas de transição funcionaram no passado e como financiá-los?”. As respostas para essas perguntas, segundo Gates, são responsabilidade do governo. Mas, para o empresário, é melhor alocar recursos para a mudança do que tentar evitar que ela venha. “Cobrar impostos é certamente melhor do que banir a inovação.”

 

 

 

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