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Quer diminuir a violência policial? Contrate mais mulheres

Uma pesquisa americana mostrou que elas não estavam envolvidas em nenhuma das ocorrências mais violentas registradas.

Por Karin Hueck
Atualizado em 31 out 2016, 19h03 - Publicado em 20 jul 2016, 17h45

EUA e Brasil têm um triste número em comum: ambos são países recordistas em violência policial. Por lá, foram 1146 mortos em 2015 e 598 neste ano, até agora. Por aqui, as mortes policiais equivalem a um 11 de setembro todos os anos (isso só considerando os dados oficiais). Como a SUPER já reportou, são tantas execuções que, na prática, é como se a pena de morte já existisse no Brasil. Mas um novo estudo da polícia de Los Angeles na Califórnia descobriu uma maneira simples e eficiente de diminuir esses recordes tristes: basta contratar mais mulheres.

Report of the Independent Comission on the Los Angeles Police Department concluiu que nenhuma mulher estava entre os 120 policiais mais violentos e elas participaram de apenas 3,4% das ocorrências com maior uso de violência. A pesquisa diz que as policiais se sentem menos desafiadas pessoalmente com criminosos combativos e sentem menos necessidade de usar linguagem provocativa ou violência imediatamente. Ou seja, sentem menos necessidade de “dar uma de machão” e resolvem as disputas de forma pacífica.

Outra pesquisa americana, um pouco mais antiga, mostra que policiais homens também custam mais para o bolso do consumidor. Isso porque há três vezes mais chance de um homem ser processado por um cidadão por uso de força excessiva do que uma mulher. A conclusão: um oficial custa para o Estado de 2,5 a 5,5 vezes mais do que uma oficial.

Mas se engana quem acredita que elas são menos eficientes em conter o crime: o relatório mostra que mulheres policiais não têm nenhum problema em usar a força – apenas não causam tanto estrago quando o fazem quanto os homens. Nos EUA, 88% dos policiais são do sexo masculino. Por aqui, a desproporção é ainda maior: apenas 10% da Polícia Militar é composta por mulheres. Se as polícias estiverem preocupadas em diminuir a violência do Estado, fica a dica para as próximas contratações.

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