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Microsoft do Japão testou fim de semana de três dias. E deu certo.

Durante o mês de agosto, a produtividade aumentou 40%, e custos com energia e papel diminuíram – mas há quem veja falhas na medida.

Por Rafael Battaglia
7 nov 2019, 19h22

O que você faria com uma sexta-feira livre? Dormir até mais tarde? Sair para beber? Arrumar a casa? Um pouco de tudo, talvez?

Se a moda instaurada pela Microsoft do Japão pegar por aqui, é bom começar a pensar nisso. Em agosto, o braço nipônico da empresa de Bill Gates testou uma semana de trabalho com apenas quatro dias, de segunda à quinta.

O projeto, chamado “Work-Life Choice Challenge Summer 2019″, fez com que os funcionários tivessem um final de semana prolongado durante cinco semanas consecutivas. Importante ressaltar: os salários se mantiveram, mesmo com a mudança na jornada de trabalho. Além disso, a empresa limitou a duração das reuniões para 30 minutos – e incentivou que conversas pessoais, quando possíveis, fossem resolvidas online.

Deu certo: em uma pesquisa com trabalhadores que participaram da iniciativa, 92% disseram estar satisfeitos com a semana de quatro dias. Segundo a Microsoft, as vendas por funcionário aumentaram 40% em comparação com agosto de 2018.

A folga de sexta provocou também alguns cortes de custo para a empresa. O consumo de energia caiu 23%, enquanto o gasto de papel diminuiu 59%.

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Menos é mais

O projeto da Microsoft vai na onda dos planos do primeiro-ministro do Japão, Shinzō Abe, de reduzir a jornada semanal da população. Acontece que a ilha asiática possui uma das maiores (e rígidas) rotinas de trabalho do mundo, o que leva a problemas de saúde – e até ao suicídio. No ano passado, a SUPER escreveu sobre a “Segunda Brilhante”, um plano do governo para implementar uma folga mensal para os trabalhadores.

Mas o Japão não é único a entrar nesse. De acordo com a Folha de S. Paulo, já há iniciativas e apoiadores da redução em países como EUA, Reino Unido e Irlanda. Na Nova Zelândia, por exemplo, uma consultoria de investimentos diminuiu a jornada de trabalho de 37,5 para 30 horas semanais – sem desconto no salário.

Se você leu até aqui, aposto que está contando os dias para que a ideia chegue aos ouvidos do seu chefe, certo? Bom, apesar do resultado desses experimentos recentes, há quem não concorde completamente com isso. Na Microsoft, segundo a Bloomberg, alguns gerentes não entenderam as mudanças na rotina de trabalho. Alguns funcionários, inclusive, preocuparam-se com o fato de que semanas mais curtas incomodarem os clientes.

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Agora, cabe esperar que outras empresas testem medidas do tipo, para que se tenha uma noção mais exata dos impactos da mudança. A próxima, quem sabe, pode ser a sua.

 

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