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Kate Middleton não foi a primeira: o misterioso desaparecimento da Princesa Latifa de Dubai

Em 2018, ela tentou fugir dos Emirados Árabes Unidos, alegando ser mantida prisioneira pelo próprio pai. Desde então, aparições públicas têm sido raras – e até a ONU se envolveu no caso.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 21 mar 2024, 18h06 - Publicado em 21 mar 2024, 18h00
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  • Foto da Sheikha Latifa bint Mohammed bin Rashid Al Maktoum.
     (Tiina Jauhiainen/Wikimedia Commons/Reprodução)

    Kate Middleton não inaugurou o conceito de princesa sumida. Há um caso mais bizarro – e mais sombrio, diga-se – de um sumiço na realeza. É o da princesa Latifa, filha do xeique Mohammed bin Rashid Al Maktoum, atual primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos e governante da cidade de Dubai.

    Em 2018, ela ganhou as manchetes mundiais após protagonizar uma tentativa de fuga cinematográfica do seu país. Com ajuda de uma amiga finlandesa, Latifa cruzou a fronteira com o Omã de carro e foi levada de jet ski até uma embarcação americana, onde tentou viajar até à Índia.

    Antes de fugir, a princesa gravou um vídeo de quarenta minutos onde explica sua decisão de fugir. Nele, ela afirma que vivia “aprisionada” por ordens de seu pai e que não tem liberdades básicas: “não posso dirigir, não posso viajar ou sair de Dubai. Minha vida é muito restrita”. Vale lembrar que os Emirados Árabes são um país autoritário.

    No vídeo, ela também acusa o xeique de torturar, prender e matar desafetos – inclusive mulheres da família consideradas “desobedientes”. 

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    Latifa relata que o desejo de fugir é antigo: em 2002, quando tinha apenas 16 anos, ela tentou sair do país por vias terrestres, mas foi barrada na fronteira com o Omã. Ela alega que, como punição, passou mais de três anos em cárcere privado e que foi torturada e espancada nesse período. 

    Em fevereiro de 2018, aos 32 anos, ela decidiu tentar de novo. “Se você está assistindo isso, não é bom sinal: ou estou morta ou estou em uma situação muito ruim”, diz ela no vídeo gravado naquele mesmo mês.

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    De fato, as coisas não deram certo. Seu plano era ir de barco até à Índia, onde tentaria pegar um voo para os EUA e lá pediria asilo político. Mas, em março, oito dias após sair de Dubai, ela foi capturada no mar por forças indianas e dos Emirados Árabes Unidos. 

    Daí, foi levada de volta à sua família – e é aí que começa o mistério. Depois da fuga fracassada, Latifa não foi vista em público por meses. Seu pai, o xeique Mohammed, afirmava que ela estava bem e saudável, sendo cuidada pela família, e que havia fugido pois tinha sido “manipulada”.

    A falta de provas, porém, levantou suspeitas. Uma das teorias era de que ela estava novamente em cárcere privado; havia até quem duvidasse de que estivesse viva.

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    Uma campanha mundial chamou atenção para o assunto neste período. Organizações de direitos humanos e de mulheres, ativistas, jornais e amigos da princesa criaram a campanha #FreeLatifa para pressionar por respostas.

    Uma das vias foi acionar a ONU em busca de ajuda. Deu certo: por meio do seu Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Organização passou a acompanhar de perto o caso e a pedir para os Emirados Árabes Unidos provas de que Latifa estivesse viva e bem.

    Em 2021, a imprensa divulgou vídeos que ela enviou a amigos em que afirmava estar presa – sem nenhum julgamento e sem acesso a atendimento médico. Naquele mesmo ano, a pressão internacional começou a dar resultados: autoridades do país islâmico divulgaram fotos da princesa em um shopping em Dubai e viajando na Espanha e na Islândia, com a intenção de mostrar que ela estava viva, saudável e feliz.

    Mas o mistério não acabou: além de não possuir data, os registros não provavam que ela estava livre – poderiam ser armações, argumentavam seus defensores.

    Uma atualização importante no caso aconteceu em 2022. A ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, na época Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, se encontrou com a princesa em Paris, após longa negociação com os Emirados Árabes Unidos. Em uma conversa privada, a princesa teria dito para a representante da ONU que estava bem, vivendo livremente e que queria privacidade na sua vida pessoal.

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    Esse episódio serviu como uma espécie de “ponto final” para a história, e a própria campanha #FreeLatifa foi encerrada. De qualquer forma, ainda há contornos de mistério nessa história, já que aparições públicas da princesa continuam sendo raras e poucos detalhes de sua vida atual são conhecidos pelo público. 

    Em entrevista à revista The New Yorker, a própria Bachelet admite que não tem certeza se a princesa vive uma vida livre e independente. “Ela nos disse que está bem, que está feliz com sua vida e que cometeu erros no passado”, afirmou. “Mas, é claro, eu me pergunto: isso é totalmente verdade? Ou ela fez um acordo com o pai e decidiu que essa era a única opção?”

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