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IBGE: número de idosos cresce e população brasileira vai diminuir a partir de 2042

As novas projeções do instituto mostram um país completamente diferente em 2070, com 4 em cada 10 pessoas com 60 anos ou mais.

Por Eduardo Lima
23 ago 2024, 10h00

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (22), novas projeções demográficas para o país. As estimativas mostram que a população brasileira vai alcançar um pico de 220,43 milhões de pessoas em 2041, começando a cair a partir do ano seguinte.

Se as projeções se concretizarem, o Brasil vai diminuir até voltar a ter menos de 200 milhões de habitantes em 2070. Essas novas estimativas do IBGE são baseadas nos dados do Censo Demográfico 2022 e da Pesquisa de Pós-Enumeração (PPE), realizada após o recenseamento para analisar sua qualidade.

A queda vai começar seis anos antes do que era esperado. Em 2018, as projeções do IBGE mostravam um pico em 2047, com uma população bem maior do que a nova estimativa: 233,2 milhões.

Mudanças na taxa de fecundidade

Por que as diferenças entre projeções? O cenário atual, baseado no censo de 2022, traz novas informações sobre fecundidade, que está em queda desde 2018, quando estava estável. Em 2000, a média era de 2,32 filhos por mulher. Em 2022, o indicador mudou para 1,58. 

Há uma projeção de queda até 2040, quando a fecundidade vai atingir o ponto mínimo de 1,44 filho por mulher. O IBGE espera uma recuperação tímida da fecundidade, seguindo fenômenos que já aconteceram em países no exterior com essas características demográficas. Isso não quer dizer que o Brasil vai voltar com tudo: a projeção para 2070 é 1,5 filho por mulher, enquanto a taxa necessária para repor a população (e garantir o crescimento dela) é de 2,1 filhos por mulher.

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A queda na fecundidade brasileira não começou de um dia para o outro. Em 1960, a taxa era de 6,28 filhos por mulher. Desde a metade da década de 1960, esse número começou a cair. Já a idade média da maternidade tende a aumentar, de 25,3 anos em 2000 para 27,7 em 2020 e 31,3 em 2070.

Em 2022 nasceram 2,6 milhões de bebês. Em 2070, esse número vai diminuir em cerca de 40%, com 1,5 milhão de nascimentos por ano. A velocidade da queda vai diminuir um pouco, já que, em 2000, nasceram 3,6 milhões de crianças. Ou seja, em 22 anos, o Brasil teve uma queda de um milhão no número de nascimentos.

Uma nação idosa

Em 2070, 4 em cada 10 pessoas no Brasil vão ser idosas. Para ser mais preciso, 38% da população vai ter 60 anos ou mais. Em 2023, os mais velhos representavam 15,6% das pessoas do Brasil.

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O número de idosos deve dobrar de 33 milhões para 75,3 milhões em 2070. Eles vão se tornar o grupo mais representativo da população daqui 46 anos, mais que adultos de 40 a 59 anos (25,6%) – o grupo mais representativo hoje – e os de 25 a 39 anos (15,5%).

A população absoluta do país vai ter diminuído: de 211,7 milhões hoje para 199,2 milhões em 2070. As crianças de 0 a 14 anos vão representar só 12% desse número, comparado com 20,1% hoje.

A idade mediana do Brasil vai passar de 34,8 anos em 2023 para 51,2 anos em 2070. Para cada cem crianças e adolescentes em 2023, temos 77,6 idosos. Em 2070, esse número vai disparar para 316,2.

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O envelhecimento da população representa avanços nos tratamentos de saúde do Brasil, com um aumento da expectativa de vida. Mas vai ser um país bem diferente: essa nova dinâmica demográfica também aumenta as despesas da previdência e de saúde e reduz a força de trabalho disponível. É um desafio clássico da economia, que já vem sendo enfrentado principalmente por países ricos.

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