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Empresa japonesa quer pagar parte dos salários em Bitcoin

Para a companhia do setor de TI, usar a criptomoeda é a melhor forma de conhecê-la. Chance de fazer dinheiro ou risco de perder a grana do mês do dia para a noite?

Por Guilherme Eler
15 dez 2017, 16h16

Toda a história tem origem com um nome japonês, ainda nos idos de 2008. Sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto, um usuário de internet até hoje não identificado (mesmo após várias tentativas, como esta e esta outra) deu início à maior bolha econômica da atualidade. O Bitcoin é um tipo de dinheiro, assim como o real, dólar, ou euro. A grande diferença é que a moeda não existe em sua forma física, só na virtual, o que exclui a necessidade de que ela seja administrada por um governo e faz com que seu valor dependa dos próprios compradores e vendedores, que guardam a grana em computadores do mundo todo.

Dá para dizer que a criptomoeda nunca esteve tão na moda. Só em 2017, seu valor aumentou 1500%: foi de menos de US$ 1 mil em janeiro a US$ 17 mil na última semana. Isso quer dizer que, para participar da brincadeira e comprar seu primeiro Bitcoin, um investidor tem de desembolsar atualmente a bagatela de R$ 63 mil  e contando.

Esse alto valor faz com que, normalmente, o dinheiro virtual seja comprado e vendido em frações. Investir em 0,001 Bitcoin que seja, porém, já dá acesso a um mundo todo novo. Com a moeda digital, transações anônimas e privadas, livres de quaisquer taxas bancárias, ficam ao alcance de um clique.

A oportunidade motivou muita gente a se jogar de cabeça no negócio. O problema é que, como toda novidade, o ato de comprar e vender um bem que sequer existe pode ser um tanto nebuloso. Pensando em simplificar as coisas para seus funcionários, uma companhia do setor de TI do Japão resolveu eliminar esse meio de campo. A partir de fevereiro do ano que vem, seus 4 mil trabalhadores poderão optar em receber parte do salário na forma de criptomoeda.

“Esperamos melhorar nossa compreensão em relação à moeda virtual usando-a”, declarou Harumi Ishii, porta voz da GMO Internet, à AFP. A ideia da empresa é que, já em janeiro, consiga começar o processo conhecido como mineração, em que a aprovação de transações de terceiros recompensa com uma pequena fração da moeda.

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A companhia garante que a mudança para a grana digital será facultativa. Funcionários que preferirem o pagamento à moda antiga poderão continuar recebendo em cash, como sempre foi.

Substituir totalmente o salário por Bitcoin, também, não será uma prática incentivada. Segundo a GMO Internet, o teto estabelecido para cada colaborador é de 100 mil ienes (algo na casa de R$ 2,9 mil), ou 0,046 Bitcoin por mês. Caso uma função remunere acima disso, o restante virá em forma de dinheiro comum mesmo. Ou seja: a maioria dos funcionários não deve virar um barão das criptomoedas com a grana da firma. Mas, quem sabe, a renda cresça um pouquinho mais que do que faria na poupança — pelo menos enquanto a moda durar.

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