6 doenças transmitidas pela saliva
No próximo Carnaval, esteja preparado para arriscar a saúde ao dividir um copo de cerveja ou beijar muito.
A saliva muitas vezes serve como meio de transporte para vírus e bactérias expelidas pelas vias respiratórias, como explica a infectologista Anna Sara Levin, doutora do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Universidade de São Paulo (USP). A única forma de evitar infecções desse tipo é lavar as mãos com bastante água e tentar não falar muito perto das pessoas. Mas a médica ameniza o alarmismo: “Se for evitar beijar devido a essas doenças, você não vai beijar mais ninguém”.
Abaixo, segue uma lista de doenças que você pode pegar entrando em contato com a saliva de alguém.
1. Mononucleose
Na maioria dos casos, essa infecção é assintomática, ou seja, não mostra qualquer sinal. A mononucleose é causada pelo vírus Epstein-Barr, também chamado de “doença do beijo” (ou “febre do beijo”). Porém, em algumas situações o vírus causa febre, dor de garganta e gânglios, inflamações que se espalham pelo pescoço e até axilas. Não há como curá-la. Se ela se manifestar, o jeito é repousar, deixar de ir a alguns blocos de carnaval e tomar antitérmicos para aliviar.
2. Caxumba
Causa inchaços no pescoço e perto das orelhas. Também provoca dores de cabeça, febre e dor ao mastigar e engolir. O paramyxovirus, causador da caxumba, demora de duas semanas a quase um mês para se manifestar, e seu principal meio de infeção é o contato com secreções de uma pessoa infectada (sim, como em um beijo). Também não há muito que fazer: a doença é combatida sozinha pelo organismo. No máximo, dá para tomar remédios para reduzir dores de cabeça e febre.
3. Candidíase (sapinho)
Causado por uma infecção relacionada a fungos, a candidíase oral é passada por beijo ou relação sexual. Ela cria “placas removíveis”, como descreve o Ministério da Saúde, como espinhas esbranquiçadas na boca. Para eliminar esses fungos inconvenientes, é preciso passar por um médico e tomar antifúngicos de uma a duas semanas.
4. Herpes simples
Não adianta correr. Uma vez com herpes, sempre há chance de que ela faça um retorno triunfante. Causada pelo vírus HSV, ela se manifesta por meio de pequenos lesões no canto da boca e em outras regiões do corpo. O vírus da herpes tipo-2 é contraído por contato intimo com uma pessoa infectada. É uma doença considerada de difícil combate. O tratamento é feito com antivirais por cinco dias em casos primários. Se a herpes se manifestar pela segunda vez, o recomendado é dobrar a dose. Uma crise de herpes pode durar de 7 a 15 dias.
5. Catapora
Ainda que um bloco de Carnaval não seja o jardim de infância, existe todo um cenário propício para o vírus Varicella-Zoster dar o ar da graça. Sim, a varicela, ou catapora, pode ser transmitida pela saliva. As centenas de bolinhas no corpo surgem após 10 dias de hibernação no organismo, causando febre e mal-estar. Em adultos costuma ser mais agressiva, evoluindo para o quadro de Herpes Zoster. Nesse caso, é preciso ingerir antialérgicos e tomar banhos seguidos com permanganato de potássio, um composto que elimina as bactérias mais superficiais e ajuda no tratamento. Em casos de portadores de HIV, a Herpes Zoster pode ser a porta de entrada para infecções mais graves que podem levar até à morte.
6. Gripe
O vírus influenza provoca febre alta, dores de cabeça, coriza e fraqueza no corpo. É comum que se vença uma gripe usando antitérmicos, alimentação leve, hidratação e muitas cochiladas para repor as energias. Caso se torne pneumonia, é preciso ingerir antivirais.