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Você é o que seus pais comem

Se seus pais se alimentaram muito mal antes de você nascer, o problema é seu.

Por Pâmela Carbonari Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 09h34 - Publicado em 16 mar 2016, 14h45

Para o seu próprio bem, certifique-se de que seus pais têm bons hábitos alimentares ou você pode ganhar uma herança não muito bem-vinda. O ditado “você é o que você come” acaba se ser atualizado a uma potência mais alta: você é o que você come e o que os seus pais comem. Ou melhor, o que eles comeram ao longo da vida até você nascer.

Cientistas do Instituto de Genética Experimental de Munique, na Alemanha, descobriram que obesidade e diabetes provocadas por dietas com excesso de açúcares e gorduras podem ser transmitidas de uma geração para a outra. Os pesquisadores usaram ratos obesos que tinham desenvolvido diabetes tipo 2 e fizeram fertilizações in vitro para que as alterações na prole só dependessem dos óvulos e dos espermatozóides.

Esses embriões foram implantados em ratazanas saudáveis. Sendo assim, foi possível descartar fatores como comportamento dos pais e interferências da boa saúde das mães substitutas durante a gravidez e a amamentação. Com os genes bem isolados, os cientistas perceberam que tanto o gameta feminino quanto o masculino transmitiram a propensão a essas doenças. As ratas da ninhada foram mais atingidas pela herança associada à obesidade. Os ratos, em contrapartida, tiveram seus níveis de glicose sanguínea mais influenciados que suas irmãs.

LEIA: Por que se alimentar de forma diferente pode melhorar o mundo (e a sua vida)?

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Ratos, Darwin e Mendel explicam a diabetes

O estudo também mostrou que a contribuição das mães biológicas para mudanças no metabolismo de seus descendentes é muito mais significativa que a contribuição paterna. E essa pode ser uma das causas para a rápida disseminação da diabetes no mundo.

Pela velocidade com que acontece desde os anos 1960, o aumento no número portadores da doença não pode ser causado por mutações genéticas, já que o período de tempo foi muito curto para isso.

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Em suas teorias sobre a hereditariedade e evolução, Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829) acreditava que as características e traços que os pais adquirem durante a sua vida por meio da interação com o meio ambiente podia ser transmitida aos seus descendentes. Mas, quando Charles Darwin desvendou os mecanismos da seleção natural e Gregor Mendel os de transmissão genética, essas ideias passaram a ser ridicularizadas – os biólogos passaram a achar que a evolução ocorria apenas de maneira muito lenta, ao longo de dezenas de gerações.

Apenas muito recentemente descobriu-se um novo mecanismo de transmissão de características: a epigenética. Trata-se de pequenas alterações moleculares capazes de ligar e desligar genes: moléculas do pai e da mãe podem chegar aos filhos pelas células reprodutivas, alterando a forma como os genes do descendente se expressam. “Esse estudo prova, pela primeira vez, que uma doença metabólica adquirida pode ser transmitida para a prole de maneira epigenética”, afirma o professor Johannes Beckers, que dirigiu o estudo em Munique, ao Science Daily.

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