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Síndrome de Down envelhece o sistema imunológico

Condição altera células T, que agem como se a pessoa fosse até 18 anos mais velha.

Por Maria Clara Rossini e Bruno Garattoni
Atualizado em 18 mar 2022, 07h49 - Publicado em 17 mar 2022, 16h57

A síndrome de Down causa traços faciais característicos e pode provocar atraso no crescimento e dificuldades de aprendizado. Também aumenta o risco de desenvolver doenças autoimunes, em que o sistema imunológico ataca o próprio organismo. Agora, um estudo com 81 portadores da síndrome (1) pode ter descoberto a razão: ela modifica as células T (cuja função é matar células que estiverem infectadas por vírus). Elas deixam o estágio “primário” e passam ao estágio “de memória”.

É um processo normal, que vai acontecendo ao longo da vida conforme pegamos vírus e bactérias – e as células T vão armazenando informações sobre eles. Mas, na síndrome de Down, essa transição é mais rápida: a proporção de células “de memória” aumenta aceleradamente (como se a pessoa fosse mais velha do que realmente é), e elas começam a atacar o próprio corpo. A Super conversou com  o biólogo Bernard Khor, autor principal do estudo, para entender.

Quais são as diferenças no sistema imunológico de quem tem síndrome de Down? Nós observamos fatores associados ao envelhecimento, como o menor número de células T [primárias]. Ao todo, encontramos 651 elementos diferentes entre portadores e não portadores da síndrome. O sistema imune de uma pessoa com Down é entre 5 e 18 anos mais velho em comparação com quem não tem a doença.

Quais doenças autoimunes são mais frequentes nos portadores da síndrome? Mais de 50% deles irão desenvolver tireoidite de Hashimoto [uma inflamação da tireoide que reduz a produção de hormônios] ao longo da vida. As pessoas com a síndrome também têm 4,5 mais chances de desenvolver diabetes do tipo 1 [de origem autoimune], e 6 vezes mais risco de ter doença celíaca. São doenças sem cura. E a expectativa de vida das pessoas com síndrome de Down está aumentando, fazendo com que elas vivam mais que seus pais. Isso é ótimo, mas também significa que elas precisam conviver com essas doenças, às vezes sozinhas, por mais tempo.

Como esse tipo de pesquisa pode ajudar portadores da síndrome de Down?
O nosso estudo é um início, para que possamos começar a perguntar: todas essas [651] diferenças são importantes? Todas causam doenças? Provavelmente não, mas agora sabemos para quais elementos olhar. A partir daí, começamos a ver quais genes estão desregulados e quais remédios e tratamentos poderemos usar.

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Fonte 1. Deep immune phenotyping reveals similarities between aging, Down syndrome, and autoimmunity. B Khor e outros, 2022.

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