Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Se machucou? Trate a ferida com sangue de dragão

Pesquisadores que estudam sangue de animais para criar novos remédios descobriram uma substância que cura machucados bem mais rápido que o corpo humano.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 26 abr 2023, 16h16 - Publicado em 12 abr 2017, 13h07

 

Se machucou? Trate a ferida com sangue de dragão
(Beautifulblossom/iStock)

Sangue de dragão, proteína de jacaré… Só falta asa de morcego para parecer uma receita típica de poção mágica – mas é uma área da ciência chamada de bioprospecção. Pesquisadores da Universidade George Washington estudam o sistema imunológico de bichos tentando encontrar substâncias que ajudem a saúde humana.

Foi assim que descobriram que sangue de dragão pode ser o novo Merthiolate. Não os fictícios filhos de Daenerys Targaryen, é claro (mas também estamos com saudades dela). O sangue que eles estudaram vem do dragão de komodo, um estranho lagarto que corre o risco de extinção.

Tudo começou com uma polêmica: ninguém sabe detalhes sobre como caçam esses animais exóticos. Uma das teorias é que a boca deles seria cheia de bactérias fatais, que matam a presa instantaneamente.

Essa parte ainda está em disputa, mas vamos ao que interessa: os cientistas criaram uma hipótese. Se os dragões tinham tanto “veneno” na boca, deveriam ter um sistema imunológico muito resistente a bactérias.

Continua após a publicidade

No sangue do bicho, retirado de um dragão de zoológico, eles encontraram uma série de compostos antibióticos. O mais promissor de todos, um peptídeo chamado VK25, eles tentaram recriar em laboratório.

A versão sintética ganhou o nome zoeiro de DRGN-1 (será que eles são amigos dos astrônomos que nomearam TRAPPIST-1?). Seja como for, o próximo passo foi testar essa substância em seres vivos.

Eles fizeram o experimento com ratos que tinham feridas na pele. Os machucados estavam infeccionados por duas bactérias: Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. Para piorar, esses micróbios estavam organizados em biofilme: uma camada de bactérias bem juntinhas que se torna impermeável a antibióticos.

Os ratinhos foram divididos em grupos: um foi tratado com a DRGN-1, outro com a VK25 original, e o terceiro com LL-37, um peptídeo que o corpo humano produz. O quarto grupo ficou com a tarefa de se curar sozinho.

Continua após a publicidade

Quatro dias depois da dose de proteína de dragão, os machucados do primeiro grupo já estavam bem menores que os demais. A contagem de bactérias também era mais baixa. Onze dias depois, tã-dã: o corte do grupo 1 já tinha desaparecido, enquanto os outros ratinhos ainda estavam em processo de cicatrização.

Com base nesses testes, os pesquisadores concluíram que a proteína de sangue de dragão não só mata bactérias e destrói biofilmes, mas também estimula o próprio corpo a se recuperar mais rápido – pelo menos, no caso de ratos.

O próximo passo para os cientistas é conseguir dinheiro para fazer testes em humanos, para garantir que a DRGN-1 é segura e apresenta efeitos parecidos na nossa espécie. Se for o caso, o que os pesquisadores imaginam é que a DRGN-1 pode se tornar um novo ingrediente para as próximas gerações de remédios para machucados. Mas, infelizmente para as crianças humanas, eles estão longe de saber se o negócio vai arder.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.