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Própolis combate vírus transmitidos por mosquitos

Substância é eficaz contra zika, chikungunya e mayaro, aponta estudo.

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
27 mar 2025, 10h00

As abelhas fabricam própolis para manter a colmeia livre de fungos e bactérias. Agora, um estudo (1) do Instituto Butantan revelou que essa substância também age contra os vírus zika, chikungunya e mayaro, transmitidos por mosquitos.

Conversamos com os pesquisadores Ronaldo Mendonça e Pedro Ismael Silva Jr, dois dos autores do trabalho.

Como o própolis atua contra os vírus?
Ronaldo Mendonça: A gente trabalhou com outros vírus também, não só esses. Estamos trabalhando com o sarampo, com o coronavírus, com herpesvírus, com rubéola. E o própolis tem neutralizado todos. Verificamos que ele ativa fatores de defesa naturais das células, como TNF, óxido nítrico e interferons.

O estudo usou solução aquosa de própolis. Qual a diferença em relação à solução alcoólica, que é a vendida nas farmácias?
Mendonça: Se eu aplico uma extração alcoólica nas células, eu vou matar o vírus ou a célula justamente por causa do álcool, e não por causa da substância [ativa]. Já quando eu trabalho com uma substância aquosa, toda a ação é da substância ali presente.

Pedro Ismael Silva Jr: A gente está usando ressonância magnética para tentar identificar essa molécula [o componente do própolis responsável pela ação antiviral]. A ideia é sintetizar a molécula e poder trabalhar diretamente com ela.

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O estudo foi in vitro, com própolis aplicado direto nas células. Seria possível alcançar uma concentração similar, no organismo, tomando própolis via oral?
Mendonça: O própolis depende das flores, e as floradas variam conforme o mês. A gente está fazendo uma caracterização química, mês a mês, do própolis. Para saber em qual mês a atividade é mais intensa.

Daí, eu identifico qual é a planta que existe naquele mês. E, eventualmente, posso extrair isso [o princípio ativo] da planta e não mais precisar do própolis.

[Também] estamos fazendo um trabalho comparando o própolis comercial, que vende em farmácia, com própolis de abelhas nativas do estado de São Paulo e do Nordeste. No própolis do Nordeste, a variedade de plantas é muito grande – e ele é muito mais ativo a nível antiviral, antibacteriano, anti-inflamatório, antitumoral.

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O própolis vendido nas farmácias também tem ação contra vírus?
Mendonça: Tem. O própolis comercial funciona. O que eu quero dizer é que o própolis de regiões com uma variedade de plantas maior pode ter um efeito muito mais intenso e outro espectro de ação, contra outras doenças, por exemplo.

***

Fonte 1. “Antiviral action of aqueous extracts of propolis from Scaptotrigona aff. postica (Hymenoptera; Apidae) against Zica, Chikungunya, and Mayaro virus”, RZ Mendonça e outros, 2024.

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