Apesar de os seres humanos se concentrarem no ovo de galinha – e, na falta de vigor, de codorna -, os ovos de todas as aves podem ser comidos. Segundo José Roberto Bottura, diretor do Instituto Ovos Brasil, só não comemos as outras variedades por causa da dificuldade de produção. “Consumimos ovos das espécies mais produtivas”, diz. Nesse quesito, a galinha, que bota até 300 unidades ao ano, é imbatível.
Mas não faria mal à saúde explorar ninhos mais exóticos. “Não existe diferença na composição nutricional de cada tipo de ovo”, explica a pesquisadora Nilce Maria Soares, do Laboratório de Patologia Avícola do Instituto Biológico. O que muda é o tamanho e a cor. Um ovo de codorna, por exemplo, possui as mesmas substâncias e nutrientes que um ovo de galinha: aqueles necessários para uma nova ave se desenvolver.
Por isso, os ovos de todas as aves têm praticamente o mesmo sabor – só variam com a alimentação. Se a espécie se alimenta de peixe, por exemplo, o ovo pode ficar com esse gosto. Ainda assim, fazer omeletes de beija-flor ou suspiro de ovo de pombo não é boa ideia, já que a produção de outros ovos não é monitorada por órgãos sanitários.
O mundo é um ovo
Outros lugares, outros costumes, outros ovos
Galinha D’Angola
ONDE: África.
CONSUMO: Acredite se quiser, mas 80% dos ovos consumidos na África são de galinha-d´angola. A espécie é característica do continente, que a aproveita para consumo da carne e dos ovos. Mas ela é péssima poedeira: bota apenas 80 ovos por ano.
Pata
ONDE: China.
CONSUMO: Os chamados “ovos pretos”, ou “ovos de cem anos”, bastante comuns na culinária típica chinesa, são, na verdade, ovos de pata cozidos e mantidos enterrados por diversos dias em uma mistura de sal, argila, chá verde e até cinzas.
Ema
ONDE: Brasil.
CONSUMO: Em 1827, o oficial alemão Carl Seidler veio ao Brasil e relatou que “o gosto do ovo de avestruz é áspero, e um único ovo satisfaz dois homens”. É provável que estivesse falando de emas, típicas do sul do Brasil, já que avestruzes habitavam só a África.
Gaivota
ONDE: Inglaterra.
CONSUMO: Entre os britânicos, comer ovos de gaivota não é considerado tão esquisito: o hábito já foi até considerado opção para reduzir a população excessiva da ave em cidades como Gloucestershire, no sudoeste da Inglaterra.