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O que é a acromegalia, doença rara que faz a pessoa crescer demais

Cirurgia e medicamentos são usados para conter essa condição, que causa uma superprodução do hormônio de crescimento

Por Victor Bianchin
23 dez 2024, 14h00

Os sintomas vão aparecendo aos poucos: primeiro, são os sapatos e anéis que deixam de servir, mesmo que a pessoa não esteja engordando. Surgem dores estranhas nas articulações e a pele se torna mais áspera, com alguns pelos ficando até mais escuros. E a transpiração excessiva começa a ser frequente, a ponto de virar um incômodo.

Esses são alguns dos sintomas da acromegalia, uma doença rara que afeta de 40 a 70 pessoas entre cada 100 milhões de habitantes. A maioria dos casos acontece porque a glândula pituitária (também chamada de hipófise), que fica no nosso cérebro, começa a produzir hormônio do crescimento em excesso. Esse hormônio regula o crescimento físico do nosso corpo, incluindo ossos e músculos.

Na maioria dos casos, a hipófise se comporta assim devido à presença de um tumor, chamado de “adenoma hipofisário secretor de GH”. Mas também há casos em que a acromegalia pode ser gerada devido a outros tumores no cérebro ou em outras partes do corpo, como pulmões e pâncreas.

Nesse último caso, os tumores produzem o hormônio eles mesmos ou então produzem uma substância que leva a hipófise a fabricá-lo em excesso.

Um paciente com acromegalia.
(Wikimedia Commons/Reprodução)
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A doença afeta homens e mulheres igualmente e começa a aparecer entre os 30 e 50 anos de idade. Devido à sua progressão lenta, pode ser difícil identificá-la no início. Em geral, o diagnóstico é feito a partir de exames de sangue, que detectam o excesso de hormônio de crescimento, e também de exames de imagem para identificar os tumores.

É importante, ao primeiro sinal dos sintomas, procurar um médico para investigar a possibilidade de se ter a doença, afinal a acromegalia pode causar uma redução de até 10 anos na expectativa de vida e prejudicar bastante o dia a dia. No Brasil, os pacientes atendidos pelo SUS geralmente são acompanhados por toda a vida, pois existe a possibilidade da doença voltar, mesmo após tratada.

Vale dizer que acromegalia não é a mesma coisa que gigantismo: o que define a acromegalia é que ela se manifesta na vida adulta. O gigantismo é causado, quase sempre, pelos mesmos motivos que a acromegalia, mas se manifesta na infância.

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Nessa idade, as nossas placas de crescimento (a área na extremidade dos ossos a partir das quais o crescimento ósseo ocorre) estão “abertas”, de modo que as crianças afetadas apresentam crescimento excessivo dos ossos longos. Isso pode levar ao aumento na estatura, a braços e pernas alongados e ao desenvolvimento incompleto dos genitais, além de outros problemas.

No caso da acromegalia, essas placas de crescimento já estão fechadas, de modo que os ossos não se alongam, e sim, se deformam. É por isso que mãos e pés aumentam, a pele se torna mais áspera e outros problemas ocorrem.

Sintomas de acromegalia

  • Aumento no tamanho de mãos e pés
  • Aumento dos ossos faciais, especialmente do maxilar (mandíbula)
  • Voz mais profunda e rouca, devido ao espessamento da cartilagem da laringe
  • Dores nas articulações
  • Pele mais áspera e pelos mais escuros
  • Transpiração excessiva, causada pelo aumento das glândulas sebáceas e sudoríparas da pele
  • Problemas cardiovasculares, como hipertensão arterial e insuficiência cardíaca
  • Dores de cabeça e problemas de visão, causados por nervos comprimidos
  • Ciclo menstrual irregular
  • Disfunção erétil
  • Apneia do sono
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Tratamento para acromegalia

  • Cirurgia para remoção dos tumores envolvidos
  • Medicamentos para controlar a produção de hormônio do crescimento
  • Radioterapia (quando a cirurgia não é possível ou não remove completamente o tumor)

Acromegalia tem cura?

Sim, a acromegalia tem cura, mas não em todos os casos. Quando o tumor é pequeno e pode ser removido com cirurgia, a doença pode ser curada em 85% dos casos. Para tumores grandes, porém operáveis, a cura ocorre em até 50% dos casos. Quando a cura não é possível, utilizam-se medicamentos para controlar os sintomas e manter a qualidade de vida do paciente.

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