Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Super Black Friday: Revista em Casa por 9,90

O número de passos diários necessários para prevenir o Alzheimer, segundo estudo de Harvard

Um novo artigo descobriu que cada passo importa: mesmo níveis baixos de atividade física adiam o declínio cognitivo em idosos com maior risco de demência.

Por Bruno Carbinatto
6 nov 2025, 16h00

Andar entre 3 mil e 5 mil passos por dia reduz significativamente o ritmo do declínio cognitivo em idosos com maior risco de desenvolver Alzheimer, descobriu um novo estudo publicado na revista Nature Medicine. O artigo reforça uma ideia já conhecida pela ciência: a atividade física é uma das maiores armas contra a demência, e cada passo importa nessa batalha.

Este nível de atividade física diária, considerado relativamente baixo, consegue adiar o aparecimento dos sintomas em até três anos em comparação com um estilo de vida quase sedentário.

Um nível mais moderado de caminhada – com 5 mil a 7,5 mil passos por dia – traz uma proteção ainda maior: o declínio cognitivo demora sete anos a mais para aparecer, segundo o estudo.

O estudo foi feito acompanhando 296 participantes do Estudo sobre Envelhecimento do Cérebro de Harvard, uma pesquisa de longo prazo que investiga as fases iniciais do Alzheimer. Quando o projeto começou, há 14 anos, nenhum dos voluntários tinha sinais de declínio cognitivo. 

Anualmente, os cientistas de Harvard acompanham a saúde e os hábitos dos participantes, que têm entre 50 e 90 anos, usando testes cognitivos e exames de neuroimagem para espiar seus cérebros. Os voluntários também usavam um aparelho medidor de passos, que calculava o total de suas caminhadas diárias.

Continua após a publicidade

Os exames de neuroimagem servem para verificar o aparecimento de duas proteínas fortemente associadas ao Alzheimer no cérebro: a beta-amiloide e a tau. Apesar de não compreendermos totalmente os mecanismos envolvidos, sabe-se que elas estão associadas ao declínio cognitivo típico da doença, e geralmente começam a surgir antes dos sintomas, sendo portanto um sinal de quem vai sofrer de Alzheimer.

No estudo, os cientistas compararam pessoas que tinham acúmulo de beta-amiloide no cérebro e eram sedentárias com pessoas que apresentavam a proteína e praticavam exercícios físicos. A ideia era testar se as caminhadas tinham algum impacto na evolução da doença em quem já tem maior risco de desenvolvê-la. 

Os resultados mostraram que andar entre 3 mil e 7,5 mil passos por dia adia o aparecimento dos sintomas em até sete anos, mesmo se o acúmulo de beta-amiloide continuasse nesse período. 

Continua após a publicidade

Embora já se soubesse que a atividade física é importantíssima para combater a demência (e uma grande gama de problemas de saúde), o estudo trouxe uma atualização importante, medindo o impacto de diferentes níveis de atividade em voluntários acompanhados por anos.

Os exames de neuroimagem sugerem que, mesmo que a beta-amiloide siga aumentando, o exercício físico parece retardar o acúmulo da proteína tau, que é mais associada aos sintomas em si. 

Compartilhe essa matéria via:
Continua após a publicidade

Não foram observados benefícios extras para além desse total de passos. Em quem apresentava pouca ou nenhuma proteína amiloide no cérebro – e portanto já tinha menor risco de desenvolver Alzheimer –, o número de passos não teve nenhum efeito observável.

Os resultados ajudam a reforçar a ideia de que mesmo níveis baixos de atividade física são  melhores do que o sedentarismo total. A ideia de que você deve andar 10 mil passos por dia é muito propagada – com pouco embasamento científico, diga-se –, mas é uma meta que pode ser difícil para idosos; mesmo assim, o recomendado é tentar alguns milhares de passos diários.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

Enquanto você lê isso, o mundo muda — e quem tem Superinteressante Digital sai na frente.
Tenha acesso imediato a ciência, tecnologia, comportamento e curiosidades que vão turbinar sua mente e te deixar sempre atualizado
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Superinteressante todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.