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Mortalidade por câncer cai 27% em duas décadas – mas diagnósticos seguem aumentando

Pesquisa realizada nos EUA revela que os avanços da medicina estão obtendo resultados - mas, ao mesmo tempo, o problema está longe do fim

Por Ingrid Luisa
9 jan 2019, 19h27

Quase 10 milhões de pessoas morreram de câncer no mundo em 2018. A cura dessa doença continua sendo um dos maiores desafios da medicina. Mas, se uma solução definitiva ainda não foi encontrada, a evolução dos tratamentos já vem mostrando resultados: segundo o novo relatório da American Cancer Society (ACS), a taxa de mortalidade por câncer caiu drasticamente nos EUA nos últimos 25 anos.

O câncer é a segunda principal causa de morte entre os americanos, atrás apenas das doenças cardíacas. Mas está recuando: de acordo com os dados do novo relatório, a taxa de mortalidade caiu 27% entre 1991 e 2016. Isso significa que 2,6 milhões de vidas foram salvas.

Os especialistas associam esse resultado positivo a algumas razões. Uma delas é a redução significativa na mortalidade por câncer de pulmão, um dos tipos mais comuns. Segundo o relatório, isso aconteceu devido à queda nas taxas de tabagismo nos últimos anos.

Mas os principais responsáveis pela melhora são os avanços da medicina: segundo os pesquisadores, o desenvolvimento do tratamento do câncer e das estratégias de prevenção — incluindo testes de triagem como mamografias, exames de sangue e colonoscopia –, que levam a diagnósticos cada vez mais cedo, mostram que, há anos, o surgimento de um câncer não é mais uma sentença de morte.

Segundo o relatório, avanços no tratamento dos quatro tipos de câncer que mais matam pessoas nos EUA (pulmão, mama, próstata e colorretal) terão impactos ainda maiores. Isso porque os pesquisadores estimam que, juntos, esses cânceres serão responsáveis ​​por mais de 800.000 novos diagnósticos em 2019.

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Infelizmente, a diminuição da mortalidade não é igual para todo mundo. O relatório constatou que a população menos abastada  tem maior incidência de alguns cânceres facilmente evitáveis (ou tratáveis). “Embora a diferença racial na mortalidade por câncer esteja diminuindo lentamente, as desigualdades socioeconômicas estão aumentando, com as lacunas mais notáveis ​​para os cânceres mais comuns”, escreveram os pesquisadores. A taxa de mortalidade das mulheres mais pobres é o dobro das mais abastadas, em relação à câncer do colo do útero, enquanto homens pobres morrem 40% mais de câncer de pulmão e fígado.

Outra questão é que, enquanto as taxas de mortalidade por câncer caem, os diagnósticos aumentam. A incidência de câncer de mama, o tipo mais comum de tumor, tem crescido a cada ano nos EUA. O câncer de fígado também está atingindo um número maior de pessoas — incluindo jovens — em grande parte por conta do abuso de álcool. Melanoma e câncer de tireóide, pâncreas e útero também estão ficando mais comuns, segundo o relatório.

E no Brasil? O câncer continua no pódio das principais causas de morte no País. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 582 mil novos casos foram registrados em 2018. Para 2019, a estimativa se mantém quase a mesma — 600 mil novos casos. O câncer mais comum em ambos os sexos é o câncer de pele não melanoma, um tipo de tumor menos letal. Os outros 10 tipos mais comuns são: próstata, mama, intestino, pulmão, estômago, colo do útero, cavidade oral, sistema nervoso central, leucemia e esôfago.

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