Médicos realizam primeiro transplante de útero nos EUA
Órgão temporário permite que mulheres tenham até duas gestações
Cirurgiões da Clínica Cleveland, nos Estados Unidos, realizaram um transplante de útero em uma jovem de 26 anos. Com a operação, mulheres com deficiência no órgão ou que tiveram de removê-lo poderão engravidar pelo menos uma vez na vida.
A cirurgia durou cerca de nove horas e o útero doado veio de uma mulher falecida (procedimentos realizados na Suécia envolveram doadoras ainda vivas). O órgão implantado foi conectado à vagina e ligado aos vasos uterinos. Após uma ou duas gestações, é preciso retirá-lo – se permanecesse lá, a mulher precisaria tomar remédios a vida inteira para evitar a rejeição do órgão.
Mas o processo todo começa meses antes. Os óvulos precisam primeiro ser retirados cirurgicamente, fertilizados com espermatozoides masculinos e congelados. E só voltarão a entrar em cena um ano após o transplante.
É o tempo necessário para o corpo se adaptar ao novo órgão, com a ajuda dos remédios anti-rejeição, e completar o processo de cicatrização. Após esse período, o embrião pode ser inseminado – a fertilização acontece fora do corpo, in vitro.
A equipe liderada pelo médico Andreas G. Tzakis viajou até a Suécia, onde cirurgiões da Universidade de Gothenburg já haviam realizado nove transplantes temporários de útero. Entre elas, quatro pacientes tiveram filhos saudáveis, ainda que tenham nascido prematuros. As outras cinco mulheres não conseguiram terminar a gestação.