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Ideia 31: E se acabasse a cartolagem no futebol brasileiro?

O contribuinte não teria que arcar com o prejuízo de times que não param de se endividar com o Estado

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h08 - Publicado em 2 dez 2013, 22h00

Jonas Oliveira

Em tempos de clamor popular por uma reforma política no Brasil, por que não pensar em uma transformação parecida no futebol brasileiro? Os clubes seriam obrigados a pagar suas dívidas trabalhistas e tributárias, que somadas já chegam a 3,7 bilhões de reais, e proibidos de fazer contratações milionárias enquanto não colocassem suas contas em dia. Salários e impostos teriam que ser pagos em dia, e os dirigentes judicialmente responsabilizados por suas decisões. A gestão do futebol passaria a ser profissional e sem privilégios, como em qualquer empresa.

Para isso acontecer, seria necessário despolitizar o futebol. A começar pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que desde 1989 é comandada pelo mesmo grupo, sem nenhuma oposição relevante. Quem está no poder da entidade é favorecido pelo sistema de eleições: têm direito a voto as 27 federações estaduais e apenas os 20 clubes da série A do Brasileiro. Ou seja: mesmo que os clubes se juntem para uma mudança, o peso maior ainda é das federações. “O ideal seria que o presidente da CBF fosse eleito pelos participantes de todos os campeonatos nacionais”, defende o jornalista Juca Kfouri.

O segundo passo seria que a entidade deixasse de cuidar do campeonato brasileiro. Como acontece na Inglaterra e Alemanha, a CBF cuidaria apenas da seleção nacional. Ficaria a cargo dos clubes criar uma liga que organizasse os campeonatos nacionais. Mas para o especialista em gestão e marketing do esporte Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria, essa medida por si só não seria suficiente. “Porque os clubes também repetem o modelo político das federações”, diz.

Então seria preciso ser duro na marcação. As dívidas seriam negociadas, ainda que em longas prestações, e pagas em dia. Não pagou, penhora. Além disso, prestariam contas para garantir que a despesa não seja maior que o faturamento, em cada temporada. Em caso de falta, cartão vermelho para o dirigente e para o clube, punido na esfera esportiva – com rebaixamento, por exemplo. “Se você tiver esse tipo de pressão, o dirigente vai pensar 30 vezes antes de tomar as decisões que tomam na euforia ou na pressão da torcida”, diz Ferreira. E assim os clubes deixariam de ser um brinquedo na mão de cartolas que no final deixam a conta do prejuízo com a arquibancada brasileira.

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Realidômetro – 1
Não existe articulação entre os clubes. E se o governo endurece contra os clubes, briga com eleitores, TVs e empresas.

Dívidas dos grandes clubes brasileiros em 2012 (em R$ milhões)

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Flamengo – 629,8
Botafogo – 525,7
Atlético-MG – 409,7
Fluminense – 400
Vasco – 382,6
Corinthians – 240,4
São Paulo – 238,7
Grêmio – 175,8
Santos – 172,5
Palmeiras – 155
Internacional – 153,1
Cruzeiro – 109,3
Coritiba – 98,6
Atlético-PR – 31

Fontes Juca Kfouri, jornalista esportivo, e Fernando Ferreira, especialista em gestão e marketing do esporte da Pluri Consultoria.

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