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E se… não existisse a monogamia?

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 31 out 2016, 18h33 - Publicado em 30 nov 2008, 22h00

Não, não seria um liberou geral. A história deixa claro: mais de 80% das sociedades que já existiram permitiram a poligamia em algum momento. Ainda hoje há países em que ela é bastante comum, principalmente na África. E em nenhum desses lugares reinou o amor livre ou coisa que o valha. Mas, sim, a desigualdade extrema. E a violência.

Sempre que a poligamia foi liberada, os homens mais ricos, poderosos e desejáveis dominaram o mercado do casamento – pegaram quase todas as noivas para eles. Já os “casais” formados por uma mulher e vários maridos praticamente nunca existiram. A razão aí é biológica. Se vários homens casam com a Angelina Jolie, nenhum vai saber com certeza se é pai de algum dos filhos que saírem dela. Isso moldou o cérebro masculino para ter asco à idéia de dividir uma parceira. E até para matar rivais se for necessário.

As mulheres? Elas também sentem ciúmes, lógico, mas não de uma forma tão intensa. Se 10 moças casarem com o Brad Pitt, todo mundo na casa vai saber quem é o pai e a mãe de cada criança. Isso ameniza bem as coisas e torna essa “vida a 11” mais ou menos tolerável. Só que tem um problema: num mundo poligâmico, os Brad Pitts – os caras mais ricos e desejáveis – teriam muitas esposas e os zés-manés nenhuma. A massa teria que disputar as poucas garotas que sobrassem.

E a violência bombaria. Aí complica. “Líderes proibiram a poligamia quando precisaram que seus súditos combatessem um inimigo em vez de lutarem entre si”, escreveu o neurocientista Steven Pinker, da Universidade Harvard. Não é à toa que, orgias à parte, Grécia e Roma defendiam a monogamia. Sem ela, talvez não tivéssemos chegado até aqui.

Casamentos sem cerimônia

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A poligamia deixaria poucos homens com muitas mulheres. E isso teria um resultado certo: caos total

 

1. MONOPÓLIO

Ao longo da história, as mulheres conviveram melhor com a idéia de dividir um cônjuge do que os homens. E os poderosos sempre levaram vantagem nisso. Em tribos do Quênia, por exemplo, a poligamia é legalizada, e as meninas podem escolher com quem casar. Mesmo assim, a maioria prefere repartir um marido rico do que ter um pé-rapado exclusivo.

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2. ULTRAVIOLÊNCIA

Com poucos sujeitos monopolizando quase todas as garotas, surge o animal mais perigoso que existe: o homem jovem e privado de sexo. Todas as sociedades com poucas mulheres disponíveis foram mais violentas que a média (vide o Velho Oeste americano). Boa parte dos machos nunca hesitou em lutar até a morte para escapar do celibato.

 

3. DONA FLOR

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Também haveria mulheres com mais de um marido. Isso existe no mundo real, mas só em lugares onde faltam recursos e há pouca gente para formar famílias, como a Groenlândia ou o Tibete. O problema é a violência masculina: um marido costuma matar o outro por ciúme. A solução que alguns desses grupos arranjaram para diminuir a carnificina foi deixar que só irmãos casem com a mesma mulher.

 

4. QUER PAGAR QUANTO?

A escassez de mulheres cria uma nova economia: a da venda de esposas. Sempre que a poligamia foi permitida, os pais cobraram pela mão das filhas. Hoje, que a igualdade entre os sexos é a maior da história, não é tão provável que isso aconteça. Mas nada impede que surja um novo costume: o noivo presentear os pais da moça na hora de pedi-la em casamento.

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5. FILHOS DE NINGUÉM

Os maiores polígamos da história tiveram muitos, muitos filhos – o recorde oficial é do sultão marroquino Moulay Ismail (1675-1727), com 888. Num cenário assim, só uns poucos são considerados legítimos, com direito a herança. O resto fica na mão.

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