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Dieta da gestante influencia a vida do filho

Alimentação pode alterar o metabolismo do bebê para o resto da vida.

Por Maria Clara Rossini e Bruno Garattoni
14 set 2023, 16h11

Nossas características individuais começam a ser formadas quando ainda estamos no útero – com alterações que persistem a vida inteira. A preferência por comidas gordurosas, por exemplo, pode ser consequência daquilo que a mãe comeu durante a gravidez.

É o que afirma um artigo científico (1) publicado por José Donato Júnior, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, que analisou os estudos mais recentes sobre o tema. A Super conversou com ele para entender o assunto.

O seu artigo diz que a dieta materna causa uma reprogramação metabólica no feto. O que isso significa?

É um fenômeno associado a determinadas situações ambientais, como estresse e nutrição, que interferem em períodos críticos do desenvolvimento do indivíduo e alteram sua predisposição a doenças futuras.

A programação metabólica tem sido associada a riscos aumentados de doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes. Neste caso, focamos no tecido adiposo da mãe. Ele não só armazena gordura, mas também é uma fonte abundante de hormônios, que têm impacto sobre o controle metabólico.

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Que hormônios são esses?

Os mais estudados são a leptina e a adiponectina. A leptina é produzida de forma proporcional à quantidade de energia armazenada no tecido adiposo. Ou seja, pessoas excessivamente magras possuem pouca leptina, enquanto obesos têm em excesso.

Já com a adiponectina ocorre o oposto [magros têm altos níveis desse hormônio, e obesos produzem pouco].

A leptina afeta o desenvolvimento de circuitos neurais que controlam a sensação de saciedade e fome. A adiponectina está relacionada ao controle de glicemia e age diretamente na placenta, alterando a quantidade de nutrientes que o feto recebe da mãe. Além de serem secretados durante a gestação, esses hormônios também estão presentes no leite materno.

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A má alimentação da gestante pode predispor o bebê a ter quais doenças?

O excesso [alimentar] está associado a um maior crescimento do feto, e maior risco de obesidade e diabetes no futuro. Já a carência alimentar, curiosamente, tem consequências parecidas – porque o feto acaba desenvolvendo adaptações que permitam sobreviver com pouca comida.

O problema acontece depois, quando eles são expostos a um ambiente de fartura: como seu organismo está preparado para ser econômico, esses indivíduos acabam desenvolvendo obesidade e diabetes com mais facilidade. 

Fonte 1. Programming of metabolism by adipokines during development. J Donato Jr, 2023.

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