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Coronavírus: Por que a taxa de letalidade na Alemanha é tão menor?

Menos de 0,5% dos infectados no país morrem, contra quase 10% da Itália. Mais leitos de UTI e testagem massiva ajudam a explicar o porquê.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 27 mar 2020, 19h10 - Publicado em 25 mar 2020, 18h36
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  •  (Alex Grimm/Superinteressante)

    Enquanto países europeus como Itália e Espanha sofrem com a pandemia de Covid-19, a Alemanha parece estar em situação menos pior.  Apesar do grande número de casos confirmados (mais de 37 mil), o país soma relativamente poucas mortes: 206 – o que equivale a uma taxa de fatalidade de pouco mais de 0,5%. O número é vinte vezes menor que o da Itália, que chega aos 10%, e também bem menor que o valor global adotado pela OMS, de 3,4%. Mas por quê?

    Ainda não está totalmente claro, mas um conjunto de fatores pode ajudar a entender. Primeiro, é possível que, apesar de ser o quinto país com mais casos confirmados, a Alemanha ainda esteja passando por fases iniciais da pandemia. O primeiro caso foi detectado no país em 27 de janeiro de 2020, antes do primeiro caso confirmado na Itália, em 31 de janeiro. Mas é provável que o vírus já estivesse circulando na Itália semanas antes da detecção, infectando centenas de pessoas. Isso pode ter feito o pico da crise chegar antes na Itália – e talvez signifique que a Alemanha possa piorar nas próximas semanas, vendo aumentar a taxa de letalidade do SARS-CoV-2.

    Mas outro fator dá uma força para os alemães: seu sistema de saúde avançado. No país, há 8 leitos hospitalares para mil habitantes – é a maior taxa da Europa Ocidental. Na Itália, esse número é menos da metade: 3,18. A Espanha, outro país que vem sofrendo bastante com a doença, tem ainda menos: 2,97. Você pode comparar os números de leitos de cada país neste infográfico da SUPER (spoiler: o Brasil não está nada bem).

    Enquanto não há tratamento comprovado contra a doença, o protocolo é internar pacientes em estado grave e ajudá-los, se necessário, utilizando um respirador. Quanto mais cedo isso for feito, maiores as chances de sobrevivência, segundo a OMS – daí a importância de ter leitos hospitalares disponíveis. Por isso, mesmo se a situação piorar, a Alemanha parece estar mais preparada que seus vizinhos europeus.

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    A estratégia escolhida pelo governo alemão, realizar muitos testes precoces, também pode estar tendo efeito. O país vem fazendo um bom trabalho em identificar os casos e rastrear todos as pessoas com quem tiveram contato para testá-las também e, caso positivo, isolá-las. Isso inclui pessoas assintomáticas ou com casos leves, que muitas vezes passam despercebidas dos dados oficiais, mas podem continuar espalhando o vírus. Estimativas apontam que a Alemanha tem capacidade de fazer mais 12 mil testes por dia.

    Outros países que vêm apostando em testagem massiva da população também apresentam taxas de letalidade baixas: a Coréia do Sul, por exemplo, tem letalidade em cerca de 1%; Cingapura, por sua vez, beira o 0,3%;

    Isso explica também outra particularidade: na Alemanha, a idade média dos infectados é de 45 anos, de acordo com o Instituto Robert Koch. Na Itália, a média é de 63 anos – possivelmente porque jovens com sintomas leves não estão sendo testados, o que aumenta a taxa de letalidade aparente (pois diminui o número total de casos confirmados de Covid-19). 

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