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Cientistas vão tentar reverter a morte

Pacientes com morte cerebral serão tratados na esperança da ressurreição

Por Fábio Marton
Atualizado em 31 out 2016, 19h03 - Publicado em 3 Maio 2016, 22h30

A Bioquark, uma empresa de biotecnologia, acaba de ganhar autorização do National Insitutes of Health, para um estudo controverso. Eles vão tentar recuperar 20 pacientes com morte cerebral. Ou, simplesmente, morte: desde o desenvolvimento de técnicas para ressurreição cardiorrespiratória, morte cerebral é o critério pelo qual decidimos que não há mais nada a se fazer exceto desligar os aparelhos – isto é, a morte final, real.

O NIH é um laboratório e agência governamental americana, e o sinal verde indica que eles consideram a pesquisa ética. O que os cientistas vão fazer é manter os pacientes biologicamente ativos com máquinas, para evitar que o cérebro e o resto se decomponham. Então receberão injeções de neurotransmissores e a aplicação processos físicos de reativação neural, que funcionam em pacientes em coma. E, o ponto principal da pesquisa, receberão também implantes de células-tronco no cérebro, para tentar reconstruir o dano que causou a morte em primeiro lugar.

Os cientistas irão monitorar a atividade cerebral constantemente, esperando por algum sinal de vida. Eles vão dar particular atenção para a medula espinhal superior, a parte mais baixa do tronco cerebral, que controla as funções respiratória e cardíaca. Tecnicamente, se um paciente pode respirar e seu coração bate sem a ajuda de máquinas, ele não está em morte cerebral, mas em coma. Isto é, já seria uma ressurreição, ainda que bem insatisfatória.

“Isto representa a primeira tentativa do tipo e mais um passo na direção da eventual reversão da morte em nossa geração”, afirma Ira Pastor, CEO da Bioquark, em entrevista ao The Guardian. “Esperamos ver resultados nos primeiros três meses.”

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Estou me coçando aqui para não fazer piadas com zumbis ou Frankenstein, mas o experimento é potencialmente revolucionário e não tão controverso assim. Afinal de contas, morte não é algo fácil de definir. A própria ideia de morte cerebral substitui o conceito milenar de morte cardíaca quando essa se tornou reversível. Se a experiência der certo, teremos que criar uma nova ideia de morte. No final das contas, morte é simplesmente a hora em que desistimos.

(Exceto, é claro, se o resultado for uma invasão zumbi. Sério, o nome da iniciativa é ReAnima. Não deixa de ser uma revolução, já que a invasão zumbi muda toda a ordem social e… tá, não resisti.) 

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