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Cientistas criam novo tratamento anti-acne – sem efeitos colaterais

Eles testaram uma substância que muda a maneira de combater as espinhas. E o resultado foi melhor do que o esperado

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 8 jun 2018, 15h27 - Publicado em 7 jun 2018, 15h12

Um novo estudo clínico, desenvolvido na Universidade de Princeton, vai animar 100% dos adolescentes (e adultos de pele oleosa que ainda sofrem com esse mal): uma nova substância testada para combater a acne, além de mais eficiente, não causa efeitos colaterais.

Se você sofre com esse problema de pele sabe como a acne incomoda: podendo aparecer na forma de espinhas, cravos ou inchaço, ela surge como consequência do entupimento dos poros da pele. Óleos e células mortas são os causadores da obstrução – e quem tira proveito dela é uma bactéria, a Cutibacterium acnes, que gera inflamações vermelhas e irritadas.

Quando a acne é leve ou moderada, normalmente o tratamento é tópico (cremes externos) e com derivados de peróxido de benzoíla. Mas esse composto muitas vezes causa branqueamento da pele, ressecamento e irritações com ardência. Antibióticos também são utilizados quando há lesões maiores, mas eles estão se tornando cada vez mais ineficazes por conta da resistência das bactérias. Se a acne for grave e houver histórico familiar do problema, muitas vezes se utiliza o agressivo Roacutan, a base de um composto chamado isotretinoína, que pode causar diversos efeitos colaterais (ressecamento agressivo dos lábios, dores na cabeça, articulações e até problemas psicológicos) no organismo de quem está passando pelo tratamento.

Todos os tratamentos disponíveis para acnes leves e moderadas tentam matar as bactérias. Mas pesquisadores americanos resolveram arriscar outra possibilidade: bloquear a resposta inflamatória que elas causam. Para testar, eles usaram uma nova classe de produtos químicos anti-inflamatórios em células de laboratório. Eles bloquearam um receptor chave para a inflamação, impedindo o desenvolvimento da acne. De quebra, como um bônus, ainda mataram as Cutibacterium acnes. Após esses resultados positivos, os cientistas escolheram o composto mais promissor para o teste em seres humanos.

O escolhido se chama SIG1459. Foi usado em testes com 65 adultos que possuíam acne leve a moderada. No experimento, havia três cremes idênticos: um com o já conhecido peróxido de benzoíla, outro com SIG1459, e o último era placebo. Cada participante recebeu um dos três para aplicar no rosto duas vezes por dia, durante oito semanas.

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Os resultados são promissores: pessoas que utilizaram o novo composto notaram uma redução de 77% na gravidade da acne. Aqueles que usaram o peróxido de benzoíla ficaram na casa dos 56%. O placebo, como esperado, não teve efeito algum.

Mas agora que vem o pulo do gato do nosso amigo SIG1459: além de mais eficaz, ele não causou os efeitos colaterais que vem junto com seu concorrente. E os cientistas já afirmam: se tudo correr como esperado, medicamentos com esse novo composto estarão disponíveis nas farmácias já no próximo ano.

Se você possui acne grave, talvez esteja se perguntando: “mas e no meu caso?”. Pois é, seu caso é bem mais complexo, mas fica tranquilo que os pesquisadores não desistiram de você. Lesões graves são comumente tratadas com retinoides (como a isotretinoína– do Roacutan) que impedem a produção excessiva de óleos na pele. Será se impedir a inflamação será suficiente? Os pesquisadores afirmam que vão testar.

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