Qualquer instrumento que ajude você a cortar o excesso de calorias é bom, diz Adam Drewnowski, professor de nutrição da Universidade de Washington e integrante do Centro de Pesquisas sobre Câncer Fred Hutchinson, nos EUA. Vistos por esse ângulo, os adoçantes deveriam ter a ficha limpa. Mas não é o que acontece. A sacarina – composto orgânico derivado do petróleo – já ocupou o primeiro lugar no pódio dos suspeitos de causar câncer. Em 1977, um estudo com ratos de laboratório concluiu que ela provocava câncer na bexiga – na época, a Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que regula os alimentos, quase baniu o produto. Em 2000, chegou-se à conclusão de que o câncer dos ratos tivera outras causas, inocentando a sacarina. Com o aspartame, derivado de aminoácidos, a implicância é parecida: a substância carrega a má fama de liberar metanol (composto químico tóxico) quando exposto a altas temperaturas, o que poderia acontecer durante o preparo de alimentos. Em 2006, o FDA divulgou um relatório afirmando que o produto não provoca câncer, ou qualquer outra doença. Mas ainda tem muita gente paranoica por aí. “A quantidade de metanol é pequena demais para causar danos”, diz a endocrinologista Roberta Villas Boas.