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Videogame poderá ser esporte olímpico algum dia?

Discutimos 5 motivos para os e-sports se tornarem olímpicos e 5 motivos para não

Por Bruna Estevanin
Atualizado em 22 fev 2024, 10h22 - Publicado em 19 ago 2016, 17h42

Quem acompanha e-sports sabe que a modalidade já tem tudo que seria necessário para fazer sucesso nas Olimpíadas. Mas, por algum motivo, ainda não chegou lá. Abaixo, discutimos 5 motivos para os e-sports se tornarem olímpicos e 5 motivos para não. E você, o que acha?

E-Sports_SIM

5 ARGUMENTOS PARA SIM

1) Um dos pré-requisitos é ter um mínimo de adeptos. Se dependesse apenas disso, tranquilo – em 2016, existiam 2,1 bilhões de gamers no mundo. No Brasil, cerca de 82% da população entre 13 e 59 anos joga algum tipo de game. E há mais paridade: 52,6% das gamers brasucas são mulheres

2) Apenas atletismo, natação, esgrima e ginástica artística participaram de todas as Olimpíadas. Isso porque, a cada edição, esportes saem do programa olímpico, dando espaço a novas modalidades. Nos Jogos de 2016, por exemplo, o rúgbi e o golfe ganharam um lugar. Por que não incluir os games nesse revezamento?

3) Esportes “diferentes” não são novidade. Algumas modalidades inusitadas, como o cabo de guerra (Londres, 1908), e com baixo investimento financeiro e poucos adeptos no mundo, como a ginástica de trampolim (Sydney, 2000), já conseguiram entrar. Games estão no mesmo patamar

4) Diferentemente de esportes como o beisebol, excluído pela baixa popularidade e falta de estrelas, a indústria dos games só cresce. Em 2016, ela movimentou US$ 91 bilhões! Já existe, inclusive, uma petição online para que o videogame se torne esporte olímpico com mais de 96 mil assinaturas

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5) Acha sedentário? Esqueça esse preconceito! Segundo pesquisa do Journal of Pedyatrics, jogar gasta cerca de 10% mais calorias que ficar sentado. Para games tipo Wii Fit, o valor é três vezes maior. E, em 2014, uma pesquisa comprovou que crianças que jogam pelo menos uma hora por dia são mais felizes, mais sociáveis e menos hiperativas

E-Sports_NÃO

5 ARGUMENTOS PARA NÃO

1) Quanto mais esportes concorrendo às vagas, mais difícil é para todos entrarem nos jogos. Na fila de espera, estão esportes tradicionais que nunca conseguiram uma vaga no programa oficial, como o surfe e o futsal. Não há motivo para o videogame furar fila, ainda mais sendo um esporte polêmico

2) A modalidade precisa ser reconhecida pelo Movimento Olímpico, que é o grupo de organizações e atletas regido pelos Estatutos Olímpicos. E, ainda que garanta uma vaga, só poderá ser incluída no programa com, no mínimo, sete anos de antecedência de uma Olimpíada

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3) Apesar da popularidade, ainda existe um grande monopólio dos países asiáticos no mundo dos games. 15 dos 20 gamers profissionais mais lucrativos de 2015 eram asiáticos. Além disso, é uma modalidade injusta: a boa preparação depende de patrocinadores e aparelhos caros, o que limita o avanço em países menos desenvolvidos

4) Há um entrave financeiro. Torneios internacionais movimentam cifras milionárias com vendas de direitos de transmissão e ingressos. Como os de games são transmitidos ao vivo, online e de graça, sua entrada nos Jogos poderia comprometer a saúde financeira das Olimpíadas e a atração de patrocinadores

5) Em 2015, o Comitê Olímpico da Coreia do Sul reconheceu os e-Sports como olímpicos. Mas os fãs, em vez de apoiar, reclamaram! Eles acusaram o comitê de apelar para ganhar fãs jovens e apontaram que “e-Sports” é um termo genérico, visto que há centenas de games e estilos. Se nem os fãs concordam, por que as Olimpíadas deveriam adotar?

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Como um esporte se torna olímpico?

1. O esporte deve possuir uma Federação Internacional há, pelo menos, dois anos. Além disso, precisa ser praticado por homens em, no mínimo, 75 países em quatro continentes, e por mulheres em 40 países e três continentes

2. A federação precisa ser reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional. Para isso, precisa seguir as regras da Carta Olímpica (um documento preparado pelo COI) e ser capaz de instituir e impor um controle antidoping para seu esporte

3. A parte mais difícil do trabalho é nos bastidores: as federações precisam provar ao COI e ao público que seu esporte é popular e capaz de atrair investimentos financeiros. Até porque, obrigatoriamente, para um esporte entrar, outro precisa sair

4. São 28 esportes no total e o COI define quais. Sete anos antes da Olimpíada respectiva, o esporte é anunciado. Uma regra recente permite que cidades-sede também escolham modalidades específicas para seu evento – como o surfe em Tóquio 2020

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5. As Olimpíadas do Rio verão o retorno do golfe e do rúgbi, duas modalidades que haviam sido descontinuadas. Em 2013, a luta greco-romana quase foi eliminada, mas acabou confirmada para 2020 e 2024

 

FONTES CNN, The Guardian, Fox Sports, Folha de S.Paulo, The Telegraph, Fortune, Inquirer, Jornal o Tempo; site Oficial do Comitê Olímpico Internacional, site Oficial do Comitê Olímpico Brasileiro; e artigo Activity Promoting Games and Increased Energy Expenditure (vários autores)

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