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Conspiração: O tsunami de 2004 não foi um desastre natural

Para conspirólogos, interesses sombrios provocaram a tragédia que devastou o Sudeste Asiático e comoveu o mundo no Natal de 2004

Por Gabi Portilho
Atualizado em 29 mar 2023, 14h46 - Publicado em 31 Maio 2016, 16h31

ILUSTRA Frank William

Para conspirólogos, interesses sombrios provocaram a tragédia que devastou o Sudeste Asiático e comoveu o mundo no Natal de 2004

1) Onda de sangue

Em 26 de dezembro de 2004, um terremoto de 9,1 graus na escala Richter ao norte da Indonésia provocou o maior tsunami da história recente. Ele causou mais de 230 mil mortes em 13 países. Só na própria Indonésia, matou 40 mil pessoas e deixou outras 2 milhões desabrigadas. Geólogos afirmam que o abalo sísmico foi natural, mas alguns conspirólogos têm outras teses…

2) Controle remoto

Fundado em 1993 nos EUA, o Projeto Haarp pesquisa como melhorar as transmissões de ondas de rádio nas camadas mais altas da atmosfera. Mas, segundo os teóricos da conspiração, suas antenas de alta frequência poderiam modificar a massa de ar que protege o planeta. Isso causaria grandes alterações nas condições de temperatura e pressão, desencadeando as ondas gigantes

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3) O abalo salvou a Terra

Anos após a tragédia, circulou um e-mail dizendo que o terremoto que causou o tsunami foi criado artificialmente por ogivas nucleares de um submarino dos EUA naufragado no Oceano Índico desde 1978. O país detonou esses explosivos para causar uma alteração no eixo da Terra, salvando o planeta da colisão com um asteroide que chegaria por aqui em março de 2014

A culpa foi da Índia

Segundo o tabloide egípcio Al-Usbu, a tragédia foi fruto de uma série de testes nucleares secretos promovidos pela Índia, contando com a ajuda dos EUA e de Israel. De acordo com o jornal, as explosões aconteciam em áreas desertas, a centenas de quilômetros das áreas povoadas, mas seu impacto foi tão grande que conseguiu desencadear as ondas gigantes

O petróleo, sempre ele!

Na época, a boataria online dizia que intervenções de empresas petrolíferas britânicas na região poderiam ter causado o desastre. Supostamente, elas utilizariam perfurações horizontais em ângulos de 90º, que aumentariam a vazão do óleo produzido, mas também poderiam afetar as placas tectônicas. Depois da catástrofe, essas companhias encobriram todas as evidências

4) Vingança molhada

A Indonésia abriga a maior população islâmica do mundo. Foi o suficiente para muitos alegarem que os EUA haviam testado armas de destruição em massa, como retaliação pelos ataques de 11 de setembro de 2001. A principal prova seria a de que a base militar norte-americana na região, Diego Garcia, sofreu poucos danos

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EXPLICANDO A VERDADE

Ciência e história não corroboram a tese do tsunami “sob encomenda”

– Vários estudos geológicos e registros de monitoramento no mundo todo apontam, sem margem de dúvida, que o tsunami foi causado pelo choque no deslocamento das placas tectônicas da Índia e da Birmânia

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– Situada sobre a fronteira dessas placas, a região constantemente sofre com abalos sísmicos e ondas gigantes. Há uma predisposição natural

– Horas antes de a onda gigante se formar, moradores relataram a fuga de animais para o interior do continente, que só teria acontecido devido à sua sensibilidade em reconhecer os mínimos tremores de terra

– Além de não haver registros de vazamento de petróleo na região nessa época, nunca houve casos documentados de perfurações petrolíferas que causaram terremotos

– Em um comunicado oficial, a Marinha dos EUA afirmou que a base Diego Garcia foi protegida pela topografia do oceano profundo no local. Especialistas também atestaram que os maiores estragos aconteceram próximo à costa norte de Sumatra, e não à sul, onde fica a base

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– Não há registro de submarinos dos EUA perdidos em 1978. Além disso, não havia motivos geopolíticos para que eles navegassem ou ficassem no Oceano Índico na década de 1970

– Para os cientistas, as ondas emitidas pelo Haarp não são capazes de influenciar o clima e acabam sendo absorvidas de forma imperceptível pela estratosfera

CONSULTORIA Ideval Souza Costa, geólogo do Departamento de Geologia da Universidade de São Paulo

FONTES Sites Telegraph, Al Jazeera, Indian Daily e BBC

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