Shoko Asahara, fanático religioso que envenenou o metrô de Tóquio
O fanático religioso que vitimou dezenas de pessoas em um atentado terrorista no metrô de Tóquio em 1995
1) Fruto de uma família pobre que fabricava tatames na cidade de Kumamoto, Asahara nasceu em 2 de março de 1955 com glaucoma. Ele tinha visão parcial no olho direito e cegueira total no esquerdo. Foi em uma escola para cegos que ele se formou em acupuntura e medicina chinesa, em 1977.
2) Em 1984, Asahara começou a peregrinar pela Índia e passou a se considerar “iluminado”. Seus seminários sobre ioga em diversas cidades do Japão se tornariam a base de sua futura seita, que também misturava elementos budistas e hindus e citações do livro do Apocalipse, da Bíblia cristã.
3) A seita, batizada de Aum Shinrikyo (“Verdade Suprema”, em japonês), chegou a mais de 20 mil membros em meados dos anos 90. Em 1995, seu faturamento foi de US$ 1,5 bilhão, obtido por meio de negócios ligados ao culto e de doações dos fiéis – alguns deles da alta sociedade.
4) No dia 20 de março de 1995, cinco integrantes da seita entraram no metrô de Tóquio e usaram guarda-chuvas com lâminas na ponta para furar sacos plásticos que continham gás sarin em forma líquida. Um dos supostos motivos do atentado era desestabilizar o governo japonês.
5) A seita tinha um laboratório nos arredores da capital para pesquisar armas químicas e biológicas, como toxinas botulínicas, antraz e cólera. Nos 40 minutos em que circulou pelo metrô, o gás sarin causou sangramentos nasais, dificuldades respiratórias, convulsões e coma.
6) Doze pessoas morreram. Estima-se que houve entre 3,8 mil e 6 mil feridos. As principais consequências para os sobreviventes foram a perda de memória em curto prazo, dificuldades na visão e tremores, além de problemas de sono e transtornos de estresse pós-traumático.
7) Depois de uma intensa investigação, evidências apontaram o culto como responsável. Uma semana após os ataques, Asahara foi preso em um refúgio da seita no monte Fuji. Mais de 200 pessoas associadas ao ataque foram detidas – parte delas ainda aguarda condenação.
QUE FIM LEVOU?
Em fevereiro de 2004, Asahara foi condenado à forca. Está preso, aguardando a execução – que só pode ocorrer após a condenação dos outros envolvidos.