Retrato Falado: Os assassinos do pântano
O casal de serial killers ingleses Ian brady (1938) e Myra Hindley (1942-2002) ficou famoso pelo local onde desovava os corpos
ILUSTR Zakuro Ayoama
O casal de serial killers ingleses Ian brady (1938) e Myra Hindley (1942-2002) ficou famoso pelo local onde desovava os corpos
1) Hindley nasceu em uma família da classe trabalhadora inglesa e teve uma infância e adolescência normais. Brady teve outra trajetória: seu pais eram bem pobres e ele teve de se virar. Aos 15 anos, sofreu um colapso mental, se alienou das pessoas e buscou ajuda em livros como Minha Luta, de Adolf Hitler, e obras do Marquês de Sade
2) O casal se conheceu em 1961, em Gorton, um bairro de Manchester. A primeira vítima foi em 1963: Myra ofereceu carona a uma menina de 16 anos, que já conhecia da vizinhança, mas, alegando que havia esquecido suas luvas, desviou o caminho para o pântano de Saddleworth. Brady seguiu a dupla de moto e, lá, cortou a garganta da garota
3) Em novembro do mesmo ano, Myra abordou um garoto de 12 anos em um mercado, e o atraiu rumo a Saddleworth. Brady já os esperava e ambos abusaram sexualmente do menino. Mas, de novo, só o serial killer matou, desta vez por estrangulamento. Assim como a vítima anterior, a criança foi enterrada por lá mesmo
4) Em junho de 1964, enquanto Myra dirigia um furgão no centro de Manchester, seu parceiro agarrou outro garoto de 12 anos e o lançou para dentro do veículo. Nos pântanos, novamente estupro seguido de morte. Mas Myra não participou de nenhum ato sexual: só Brady possuía esse lado sádico e se excitava com o ritual
5) Myra diria depois que a motivação do casal era a adrenalina e a vontade de cometer o crime perfeito. Mas eles se tornaram descuidados. Em dezembro de 1964, levaram uma menina de 10 anos para casa e, após forçá-la a tirar fotos pornôs com Brady, gravaram um áudio em que implora para ser libertada. Sem chance: foi estrangulada e enterrada no pântano
6) Admirado após vê-lo em uma briga de bar, Brady começou a se aproximar de David Smith, cunhado de Myra. Ele perdera um filho recentemente e Brady acreditava que poderia usar seu luto para manipulá-lo e integrá-lo aos assassinatos. A amizade se fortaleceu após Myra questionar o parceiro sobre os métodos do último crime
7) Enciumada pela relação entre Brady e Smith e revoltada com o descuido crescente de seu companheiro, Myra convocou o cunhado para ir à sua casa… bem no momento em que Brady cravava um machado na cabeça de um garoto de 17 anos que o casal havia seduzido em um bar. Smith escondeu suas emoções e ajudou a levar o cadáver para o andar superior
8) No dia seguinte, 2 de outubro de 1965, a polícia bateu na porta da casa. O cunhado havia contado tudo às autoridades. O casal se manteve calmo e respeitoso mesmo quando o corpo ensanguentado do garoto foi encontrado, em posição fetal e coberto por um plástico. Eles foram presos e, em abril de 1966, condenados por apenas três assassinatos
9) Vinte anos depois, em diferentes prisões, Myra terminou com Brady por carta. Temendo que ela revelasse as outras duas mortes, ele se adiantou e deu uma entrevista confessando os crimes. O caso foi reaberto, mas somente um dos corpos foi encontrado, graças aos montinhos de pedra que eles usavam para marcar os túmulos
QUE FIM LEVOU?
Ambos foram condenados a prisão perpétua. Myra morreu ainda em cana, de pneumonia, em 2002. Brady permanece encarcerado
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FONTES Documentário Crime Investigation,do canal Discovery CI, livro The Encyclopedia of Serial Killers, de Michael Newton, e sites Crime Library, The Mirror, The Telegraph, Daily Mail e Huffington Post UK