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Retrato Falado: Dennis Nilsen, o serial killer carente

Dennis Nilsen (1945-2018) se apaixonava pelas vítimas, praticava necrofilia e, mesmo assim, achava que o seu método era o mais misericordioso possível

Por Danilo Cezar Cabral
Atualizado em 22 fev 2024, 10h24 - Publicado em 24 jun 2016, 15h50

Retrato Falado Denis

ilustra Doug Firmino
edição Felipe van Deursen

1. De ascendência norueguesa e escocesa, Nilsen era o filho do meio de um casal que se divorciou quando ele tinha 3 anos. Com isso, o menino ficou muito próximo do avô, mas ele morreu cedo, quando Nilsen tinha só 6 anos. O garoto cresceu cada vez mais recluso e quieto. Na puberdade, sentia-se confuso e com vergonha em relação à sua sexualidade

2. Em 1961, Nilsen se alistou no Exército britânico. À medida que se aproximou dos colegas, ele passou a ter fantasias sexuais com os recrutas, imaginando molestá-los enquanto dormiam. Evitava tomar banho com os outros soldados e se masturbava em seu alojamento enquanto admirava uma pintura do século 19 que mostrava uma balsa com náufragos (!)

3. Ele deixou o Exército em 1973, juntando-se à polícia metropolitana de Londres, a famosa Scotland Yard. De dia, ficava nostálgico e infeliz, lembrando seus dias no Exército. À noite, divertia-se em boates gays distantes de seu círculo social. No ano seguinte, ele largou a polícia. Passou a trabalhar ainda com segurança privada e sindicatos

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4. Em uma noitada, Nilsen conheceu um rapaz de 20 anos, com quem passou a morar junto. O relacionamento durou até o fim de 1978. Logo em seguida,Nilsen conheceu um menino de 14 anos em um bar. Embebedou-o e o levou para casa. De manhã, enquanto ele dormia, estrangulou-o. Antes de enterrá-lo sob o piso da casa, fez brincadeiras sexuais. Oito meses depois, desenterrou o corpo e o queimou em uma fogueira com pneus

5. Em 1979, Kenneth Ockendon saiu com Nilsen e foi para a casa dele. O assassino o estrangulou com o fio de um fone de ouvido e passou a tratar o cadáver como um namorado. Almoçava e conversava com ele (só não havia sexo). Depois, pendurou-o na parede. Todo dia, antes de dormir, dizia “boa noite” a ele

6. Entre 1979 e 1981, Nilsen matou oito rapazes entre 18 e 26 anos. Além de estrangulá-los e manter relações sexuais com seus corpos, em alguns casos ele os desmembrou. Após passar um tempo com os cadáveres, enterrava-os sob o piso da casa. O cheiro ficou tão ruim que Nilsen precisou limpar seu cemitério particular, novamente com uma fogueira de pneus

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7. Nilsen mudou de endereço e ficou quase dois meses sem cometer crimes. Em novembro de 1981, tentou atacar um jovem de 19 anos, que escapou (ele não prestou queixa por temer a homofobia policial). Na nova casa, foram quatro vítimas, assassinadas da mesma forma. Mas um rapaz experimentou uma certa misericórdia

8. O sortudo era Carl Stottor. Após um porre, Nilsen tentou estrangulá-lo com um saco de dormir. Stottor recobrou a consciência, e o assassino tentou afogá-lo na banheira. Certo de que ele estava morto, colocou-o sentado no sofá. O cão de Nilsen lambeu Stottor para reanimá-lo, e ele “ressuscitou” de novo. Por alguma razão, o serial killer o deixou viver

9. A nova casa tinha desvantagens para um assassino como Nilsen: sem quintal, numa área urbanizada, com vizinhos próximos. Desovar corpos era mais complicado. Nilsen passou a mutilá-los. Além disso, fervia a cabeça, as mãos e os pés para dificultar a identificação. Por fim, jogava na privada. Até que o sistema de esgoto começou a dar problemas. Nilsen precisou chamar uma desentupidora

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10. Os encanadores encontraram pedaços de carne nos drenos da casa. Resolveram voltar outro dia. Nilsen limpou os encanamentos, mas a equipe insistiu em buscar mais fundo. Não deu outra. Eles encontraram partes reconhecíveis de corpos. Acionaram a polícia, que interrogou Nilsen e encontrou mais pedaços embalados em sacos plásticos. A casa era uma fedentina só. Em 9 de fevereiro de 1983, Nilsen foi preso

QUE FIM LEVOU?
Após uma longa batalha jurídica, Nilsen foi condenado à prisão perpétua por seis mortes e uma tentativa de assassinato. Ele permaneceu encarcerado na prisão de Full Sutton, em Yorkshire, Reino Unido, até morrer, em 12 de maio de 2018, aos 72 anos

LEIA TAMBÉM OUTROS RETRATOS FALADOS:

– Jack, o Estripador: o pai dos serial killers

– Charles Sobhraj, o Assassino do Biquíni

– Gilles de Rais

– Os Leões Assassinos de Tsavo

FONTES Sites Daily Mail e Scotland Yard; livrosDennis Nilsen, de Russ Coffey, Killing for Company, de Brian Masters, The Black Museum, de Bill Waddell

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