Eunucos eram homens castrados, que tiveram o pênis e os testículos (ou apenas os testículos) tirados fora. Os primeiros registros de homens sem bilau são do século 14 a.C. – e, ao que tudo indica, a prática sobreviveu até meados do século 20! A origem do nome ajuda a explicar o porquê dessa prática violenta: em sua origem grega, o termo eunoukhos pode ser traduzido como “guardião da cama”. No Oriente Médio e na China, eunucos foram usados como guardas ou serviçais dos haréns onde ficavam as esposas e concubinas reais. Muitos deles perdiam o bilau depois de virarem prisioneiros de guerra, mas na China muitos homens pobres submetiam-se voluntariamente à castração pra arranjar uma boquinha nos palácios da nobreza. Na Grécia antiga, a prática era usada como pena para impedir a reincidência em casos de estupro ou adultério, embora os gregos também costumassem castrar serviçais domésticos para torná-los mais dóceis e inofensivos. Uma coisa é certa: a principal finalidade da castração era tornar os eunucos sexualmente impotentes. Mas muitos que tinham só os testículos arrancados ainda eram capazes de ter ereções. Para isso, era preciso que a cirurgia ocorresse depois da puberdade. “A partir dessa idade, a testosterona, hormônio que regula o apetite sexual e tem papel fundamental na ereção, passa a ser produzido também pelas glândulas supra-renais. Elas fabricam entre 2% e 3% do hormônio. Parece pouco, mas muitas vezes o nível de hormônio era suficiente para um eunuco sustentar uma ereção”, afirma o urologista Jorge Hallak, da Sociedade Brasileira de Cancerologia, em São Paulo. Alguns “desbilauzados” não tinham tanta sorte. Era o caso dos castrati, cantores que a partir do século 16 faziam papéis femininos nas óperas italianas. Como eles tinham seus testículos retirados entre os 8 e 10 anos de idade – a idéia era impedir que a voz engrossasse -, os castrati ficavam impossibilitados de ter qualquer ereção. 🙁
Sem lenço e sem documento Eunucos existiram em vários países e seitas religiosas até o século 20
IMPÉRIO ASSÍRIO
As primeiras menções aos eunucos ocorrem no Império Assírio, que ocupou parte do Iraque e da Turquia do século 14 a.C. até o século 6 a.C. Alguns eunucos viraram altos funcionários imperiais – acreditava-se que eles eram menos corruptos porque não tinham descendentes para deixar heranças
IMPÉRIO CHINÊS
Desde o século 12 a.C., eunucos serviam como assessores políticos dos imperadores chineses e atendentes das esposas e concubinas imperiais. A prática durou milênios e só foi extinta no país após a Revolução Republicana (1911-1912), que derrubou a monarquia
IMPÉRIO ROMANO
No século 1, imperadores romanos empregaram eunucos como conselheiros da corte e funcionários estatais. A prática foi interrompida no ano 81 com uma lei do imperador Domiciano. Mas os eunucos ganharam sobrevida nos séculos seguintes no Império Romano do Oriente, na Ásia Menor
EUROPA
Cantores de ópera castrados, conhecidos como castrati, começaram a ser empregados no século 16, quando as mulheres foram proibidas de cantar nos corais da Igreja. A castração de rapazes para servir como cantores foi abolida pelo papa Leão XIII em 1878
IMPÉRIO OTOMANO
Nesse Império, que dominou a Turquia de meados do século 14 a 1922, os eunucos eram empregados nos palácios e na residência de qualquer pessoa que pudesse pagar por eles. A partir do século 16, os haréns da corte otomana eram guardados por eunucos negros, trazidos como escravos da Etiópia e do Sudão
SEITAS RELIGIOSAS
No século 3, a seita dos Valesii, que floresceu no território da Jordânia, castrava seus integrantes como forma de servir a Deus. A mesma coisa rolava na seita cristã Skoptzy, que se espalhou por regiões da Rússia e Romênia entre os séculos 18 e 20