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Quem foi M.C. Escher?

Artista foi um dos mais icônicos do século 20

Por Bruno Machado
Atualizado em 22 fev 2024, 10h16 - Publicado em 17 fev 2017, 13h04

Pergunta do leitor Victor Manuel, Manaus, AM

Foi um artista gráfico holandês famoso por seus trabalhos com ilusão de óptica. Apesar de reconhecido pela originalidade e habilidade, ele era visto, pela classe artística, como intelectual demais e poético de menos. Seus críticos não se interessavam muito pelos temas narrativos e pelo uso da perspectiva – justamente as qualidades que o fizeram tão popular. Escher deixou uma produção de 448 litografias e xilogravuras e mais de 2 mil desenhos e esboços, além de ter ilustrado livros, tapeçarias, selos e murais.

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Autorretrato em Esfera Espelhada (1935)

RUIM DE CONTA
Maurits Cornelis Escher nasceu em 1898 em Leeuwarden, Holanda, em uma família rica. Não foi aluno excepcional: suas notas eram boas em desenho, mas medianas em matemática. Quando decidiu ser artista, penou para convencer os pais, mas contou com o apoio do seu professor Samuel Jessurun de Mesquita, um importante artista holandês. No fim, Escher recebeu ajuda da família

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TRIP GEOMÉTRICA
Em 1922, o artista viajou pelo continente europeu. Em Granada, na Espanha, visitou os palácios do Alhambra, cujos mosaicos mouros o fascinaram. Ele copiou os desenhos e descobriu os segredos da divisão regular do plano, conceito matemático que o inspiraria na carreira. A partir de 1936, Escher fez outras viagens e estudou simetria e ordenação

XILO O QUÊ?
As principais técnicas empregadas por Escher foram a xilogravura e a litografia. A primeira consiste em criar desenhos em relevo em um bloco de madeira, sobre o qual se aplica tinta. Na segunda, usa-se um pedaço de pedra plana, desenhando-se por cima

MICO ACADÊMICO
H.S.M. Coxeter, um dos papas da geometria moderna, se entusiasmou com os desenhos de Escher, e o convidou a participar de uma de suas aulas. Mas se decepcionou: Escher não conseguiu acompanhar o conteúdo apresentado, nem mesmo quando o professor discorria sobre as teorias que o artista aplicava, intuitivamente, em sua própria obra

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 Tal qual outros célebres artistas, como Michelangelo e Da Vinci, Escher era canhoto

 

Arte com matemática
Entenda os principais conceitos de Escher

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QUEBRA-CABEÇAS
Escher não era bom de matemática, mas os árabes que decoraram Alhambra, sim. Na divisão regular do plano, eles usavam polígonos regulares e congruentes, como triângulos, quadrados e hexágonos, para fazer mosaicos. Em suas obras de tesselação, Escher partia de objetos geométricos para criar imagens que sempre têm a mesma área, e, portanto, se encaixam perfeitamente, como peixes ou aves

 

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Desenhando (1948) (Divulgação/reprodução)

SURREAL
Escher criava diferentes níveis de realidade. A obra Desenhando (1948) é talvez a mais emblemática: uma mão tridimensional parece desenhar um pulso bidimensional que, por sua vez, transforma-se em uma mão tridimensional e desenha o punho da primeira. Outro exemplo é a obra Répteis (1943)

 

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Relatividade (1953) (Divulgação/reprodução)

 

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Cascata (1961) (Divulgação/reprodução)

DOIDEIRA
A perspectiva cria ilusões de óptica por meio do desenho de objetos ou de estruturas impossíveis de serem construídos materialmente. O artista também trabalhou com múltiplos pontos de vista, como em Relatividade (1953). Em Cascata (1961), a água que move o moinho parece, paradoxalmente, subir para cair novamente. O objeto que inspirou Escher é o Triângulo de Penrose, que parece ser um objeto sólido, feito de três barras entrelaçadas, com uma combinação de propriedades que não pode ser realizada na vida real

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ANJOS E DEMÔNIOS
Ao representar o infinito em planos bidimensionais, Escher aplicou conceitos de geometria hiperbólica. Usando a ideia da divisão regular do plano imaginada em uma superfície curva, as imagens se repetem a partir do centro e tornam-se menores, proporcionalmente, tendendo ao infinito

ALTOS BLOCOS
Objetos tridimensionais e poliedros regulares aparecem frequentemente. Cubo, cilindro, tetraedro e poliedro são comuns na obra de Escher

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