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Quem foi Alexandre, o Grande?

Em apenas dez anos, ele expandiu as fronteiras de um pequeno reino europeu até a Índia - graças a táticas militares inovadoras

Por Roberto Navarro
Atualizado em 19 fev 2024, 15h29 - Publicado em 18 abr 2011, 18h54
Monumento de bronze de Alexandre, O Grande na Macedônia Escopia
(LAURENTIU BRATU/Getty Images/Reprodução)

Ele foi um importante rei da Macedônia, que viveu no século 4 a.C. Em apenas 33 anos de vida, Alexandre, o Grande – também conhecido como Alexandre Magno ou Alexandre III -, formou um enorme império, que ia do sudeste da Europa até a Índia.

Por isso, ele é considerado o maior líder militar da Antiguidade. “Com só 18 anos, Alexandre iniciou sua fulminante carreira de vitórias, boa parte delas sobre o grande Império Persa”, diz a arqueóloga clássica Maria Beatriz Borba Florenzano, da Universidade de São Paulo (USP).

Quando assumiu o trono da Macedônia, em 336 a.C., Alexandre tratou de manter e ampliar um poderoso exército deixado por seu pai, rei Filipe II. Mas para isso precisou ir atrás das riquezas de outros povos, principalmente dos persas, iniciando uma vitoriosa campanha militar na qual contou com o apoio de algumas cidades-estados da Grécia.

Por ter sido educado pelo filósofo grego Aristóteles dos 13 aos 16 anos, Alexandre tinha uma grande admiração pela cultura helênica. “Era preocupação de Alexandre difundir a cultura grega (helênica) por cada lugar que passava.

A união de todo o Mediterrâneo oriental sob o seu comando propiciou a criação de uma cultura única em que traços gregos foram misturados a traços regionais. Além disso, favoreceu o contato e o comércio entre os povos e a difusão de conhecimentos”, afirma Maria Beatriz.

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Um bom exemplo dessa difusão foi o uso de moedas, cunhadas pela primeira vez pelos gregos no final do século 7 a.C., mas que só se tornou uma prática comum após Alexandre levar a novidade para os territórios conquistados.

Ele também fundou mais de 70 novas cidades e, graças às suas expedições militares e ao seu próprio interesse por investigações científicas, o mundo antigo conseguiu diversos avanços em áreas como geografia e história natural.

O Mosaico de Alexandre exposto no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, preservado em uma parede na posição vertical.
(Wikimedia Commons/Reprodução)

As táticas militares de Alexandre, o Grande

Batalhas combinavam cavalaria, ataque pelos flancos e uso de armas mecanizadas.

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Infantaria espinhosa

A principal força de choque do exército macedônio eram as falanges, grupos de infantaria (soldados que lutam a pé) formados por camponeses e outros macedônios comuns. Eles se armavam com longas lanças feitas de madeira e com ferro na ponta, com comprimentos que variavam entre 4,5 e 5,5 metros

O rei a cavalo

Era a maneira mais provável como Alexandre podia ser visto nas batalhas. A cavalaria macedônia, recrutada tradicionalmente entre a aristocracia local, lutava sob comando pessoal do jovem rei, que possivelmente usava um capacete que permitia ampla visão e era protegido por armaduras e perneiras de bronze

Cavalaria pelos flancos

Nos campos de batalha, as tropas de infantaria de Alexandre eram protegidas nos flancos por grupos de cavalaria. Os cavaleiros também usavam lanças e tinham a missão de abrir brechas no exército inimigo, adotando para isso uma formação em cunha, que permitia movimentos rápidos e facilitava a penetração

Engenhocas de guerra

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Os macedônios usavam máquinas de guerra que lembram catapultas rudimentares. Feitas de madeira e com grossos cordões de tendão de boi, elas disparavam pedras ou dardos com ponta de ferro, capazes de perfurar escudos e armaduras a uma distância de 400 metros

Cunhagem de Alexandre, o Grande, cunhada sob Balakros ou Menes por volta de 333-327 a.C. A letra
(CNG Coins/Wikimedia Commons/Reprodução)

A trajetória de conquistas de Alexandre

Em dez anos, ele expandiu as fronteiras de um pequeno reino europeu até a Índia.

Alexandre nasce em 356 a.C. em Pella, capital do reino da Macedônia. Quando chega aos 18 anos, seu pai, Filipe II, parte para campanhas militares e deixa nas mãos do filho a defesa do país. Com a morte do pai, em 336 a.C., Alexandre herda um império que mal ultrapassa as fronteiras da atual Macedônia.

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Em 334 a.C., ele lidera um exército com 14 mil macedônios e 7 mil aliados gregos na invasão da Frígia (na atual Turquia). Em Gordium, capital da região, Alexandre teria sido desafiado a desatar o “nó górdio”, que, segundo a tradição local, só seria desfeito pelo homem que governaria a Ásia. Ele teria resolvido a questão cortando o nó com a espada.

Um ano depois, Alexandre obtém uma vitória decisiva contra os persas na cidade de Issus. O rei persa Dario III foge às pressas, deixando a família real nas mãos do conquistador. Com a vitória, Alexandre pode avançar pela costa do Mediterrâneo rumo ao sul, invadindo a Síria e a Fenícia.

Em 332 a.C., o império se estende até o Egito, que antes estava sob domínio persa. Além de reorganizar a administração da região e fundar a cidade de Alexandria, ele viaja até o oásis de Siwa, onde um oráculo o saúda como faraó, dando-lhe o direito divino de governar o Egito.

Após a conquista do Egito, ele volta à região do Oriente Médio e parte para vitórias na Mesopotâmia (atual Iraque) e no próprio território da Pérsia (Irã). Ocupa também a região da Babilônia e escolhe a cidade de Susa, capital desta província, como o local de onde irá governar o império.

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Alexandre segue conquistando territórios asiáticos, que hoje correspondem a países como Uzbequistão e Paquistão. No ano 326 a.C., já dentro das atuais fronteiras da Índia, os soldados se recusam a avançar e Alexandre permite que parte deles retorne para a Pérsia. O império atingira seu auge.

No dia 13 de junho de 323 a.C., Alexandre morre em Susa, vítima de um problema intestinal.

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