Quem é o menor advogado do mundo?

Na praça central de Monte Alto, interior de São Paulo, um locutor anuncia: “Venham ver o menor advogado do mundo!” Forma-se um burburinho. Como assim “o menor advogado do mundo”? De repente, chega o peruano Mauro Figueroa. Vestido num terno impecável, ele aparece com seus 75 centímetros de altura.

Essa cena ocorreu há dez anos, mas ainda segue se repetindo em pequenas cidades do Brasil e de outros países da América do Sul. Algum show de bizarrices? Na opinião do próprio Mauro Figueroa, não. Uma espécie de peregrino da boa vontade, ele encara a exibição do seu nanismo como uma cruzada com um único objetivo: provar ao mundo, principalmente às crianças, que o ser humano é capaz de superar todas as dificuldades.

De fato Figueroa não explora comercialmente suas aparições. Quando vai a uma nova cidade, pede ao poder público local uma autorização para dar uma palestra, mas não cobra nada por ela, apenas solicita a hospedagem. Durante suas conferências, bate sempre na mesma tecla: perseverança e boa vontade levam à conquista de quase todos os objetivos, independentemente dos obstáculos que aparecem.

E ele, claro, é o melhor exemplo do próprio discurso. Figueroa conseguiu se graduar em direito apesar de ter quase a metade da altura média de um anão adulto – entre 1,2 e 1,3 metro. Além disso, também superou a malformação de nascença nas duas mãos e em uma das pernas. “Exitem centenas de modalidades de nanismo que podem vir acompanhadas por deformidades. A altura final alcançada pela pessoa também pode variar muito”, diz o endocrinologista Daniel Giannella Neto, da Universidade de São Paulo (USP).

Após ter visitado centenas de cidades sul-americanas nas últimas décadas, Figueroa, aos 50 anos de idade, anda mais recluso e diminuiu bastante o ritmo de suas palestras. Não importa, o exemplo já foi dado.

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