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Quanto tempo um corpo leva para se decompor?

O processo químico geralmente é o mesmo, mas o tempo e detalhes da decomposição dependem das condições ambientais.

Por Danilo Cezar Cabral
Atualizado em 22 fev 2024, 10h46 - Publicado em 25 jul 2012, 18h42

A decomposição pode ser afetada por fatores como a umidade, a temperatura e a presença de animais. No corpo, o processo costuma ser o mesmo: primeiro, ocorre a autólise, quando as células param de se oxigenar e o sangue é invadido por dióxido de carbono. O pH diminui e dejetos acumulados envenenam e destroem as células. Depois, enzimas “quebram” essas células, provocando a necrose – fazendo o corpo apodrecer de dentro para fora.

Os detalhes do processo, no entanto, variam dependendo das condições ambientes. Aqui, você vai entender como diferentes cenários influenciam a deterioração.

À mercê da natureza

Ambiente: Ar livre | Tempo: De duas a seis semanas.

Criminosos que tentam se livrar de um cadáver deveriam seguir a lei do mínimo esforço. Deixá-lo exposto em ambiente úmido e quente (a partir de 20 ºC), com livre acesso de insetos carniceiros e animais carnívoros, é a melhor maneira de acelerar o processo. Traumas externos no corpo também ajudam. Os ossos só desaparecem completamente após dois anos, no máximo.

A sete palmos

Ambiente: Sob a terra | Tempo: De nove meses a cinco anos.

Quanto mais fundo o cadáver for enterrado, mais lenta será a deterioração. Entre 60 cm e 1 m de profundidade, ela leva entre nove e 12 meses. Os ossos, porém, só “somem” depois de uns quatro anos. E a proteção de um caixão (ou de outros invólucros, como tecido e plástico) pode multiplicar esse tempo por seis!

Nadando com peixes

Ambiente: Fundo do mar | Tempo: Até dez anos.

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As vítimas do serial killer da série Dexter, geralmente desovadas no mar, podem ter dois fins. A maior preocupação são os tubarões, que podem devorar um cadáver em instantes. Mas, se o corpo chegar ao solo rochoso em grandes profundidades, pode ser preservado pelo frio e pela pressão extremos por até uma década.

Corpo em conserva

Ambiente: Pântano | Tempo: Indefinido.

A falta de oxigênio, a flora típica e a presença de minerais que inibem a proliferação de bactérias fazem do terreno pantanoso uma espécie de “formol” natural. Ali, o corpo cria a adipocera, uma substância orgânica que converte tecidos gordurosos em uma cera que protege os órgãos internos e retarda a decomposição.

Carne seca

Ambiente: Deserto | Tempo: Indefinido.

O clima seco ajuda a “mumificar” o cadáver, transformando pele e tendões em um tecido parecido com um pergaminho, que protege os ossos enquanto os órgãos entram em putrefação. A baixíssima umidade diminui a ação de moscas e também baixa a velocidade do processo, que pode chegar a milhares de anos.

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Picolé de gente

Ambiente: Regiões geladas | Tempo: Indefinido

É o cenário recordista em preservação. O frio desativa a autólise e quase anula a atividade das bactérias. Corpos congelados diminuem de tamanho e se tornam alaranjados, com partes acinzentadas. Em 1991, foi achado um cadáver preservado de mais de 5,3 mil anos em uma geleira entre a Áustria e a Itália!

Tratamento anti-idade

Se o objetivo é lutar contra a ação do tempo, o melhor recurso é embalsamar o cadáver. Um composto químico à base de formaldeído é injetado nos vasos sanguíneos e os gases e fluidos orgânicos são removidos. Na fase final, a pele (especialmente a do rosto, das mãos e do pescoço) é limpada e maquiada. Um bom embalsamamento é capaz de conservar certas partes do corpo por séculos a fio.

Comida de verme

Insetos são o segundo fator externo mais influente na decomposição, só perdendo para a temperatura. Usando o olfato, moscas carniceiras são capazes de detectar um cadáver poucos instantes após o óbito. E, em menos de uma hora, já deposita ali suas larvas – o que popularmente chamamos de vermes. Eles irão devorar o “banquete” para poder se desenvolver.

FONTES Dr. Juarez Montanaro, professor de medicina forense da Academia de Polícia Civil do Estado de São Paulo, Projeto Venus da Universidade de British Columbia (Canadá), Laboratório Nacional de Oak Ridge e Universidade de Antropologia Forense do Tennessee

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