Relâmpago: Assine Digital Completo por 2,99

Quanto custa a destruição do meio ambiente?

Por Pedro Proença
Atualizado em 22 fev 2024, 11h31 - Publicado em 3 set 2010, 15h10
Lacanja_burn

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a destruição da natureza causa prejuízos anuais de até 8 trilhões de reais. E olha que o estrago pode ser até maior, já que o Pnuma não leva em conta todas as atividades destrutivas no planeta, pois nem sempre é possível convertê-las em valores monetários. O montante desperdiçado equivale a mais de 10% do valor do que a natureza gera para a humanidade. Ao todo, “serviços” como água potável, solos férteis e outros recursos naturais rendem 79 trilhões de reais por ano. Se o ritmo de devastação não diminuir, em 40 anos o preju anual pode chegar a 7% da riqueza produzida no planeta, ou seja, pouco mais de 31 trilhões de reais. Para fazer essas contas alarmantes, a ME usou relatórios do Pnuma publicados entre 2008 e 2010.

PREJU GLOBAL

Ações do homem e da própria natureza detonam o meio ambiente e custam caro para o planeta

DESMATAMENTO (44%)

PREJUÍZO ANUAL R$ 3,5 trilhões

A principal causa dos desmatamentos pelo mundo é a necessidade de criar mais espaço para agricultura. O resultado disso é a chamada conversão de habitat – destruição das florestas para fins comerciais. A América do Sul e a África foram os continentes que registraram maior perda líquida de florestas nos últimos dez anos. Vale lembrar que as florestas compõem 31% da superfície terrestre. O consolo é que o ritmo do desmatamento diminuiu cerca de 18% nesta década

– Entre 2001 e 2010, foram desmatados 130 mil km2 ao redor do mundo, contra 160 mil km2 na década de 1990. Ou seja, nos últimos dez anos, o mundo deixou de perder uma área florestal equivalente ao estado de Alagoas

Continua após a publicidade

– Considerando a média anual do desmatamento (13 mil km2), dá para dizer que cada metro quadrado desmatado equivale a uma perda de R$ 270. Nesta “cotação”, o desmatamento da Amazônia ao longo da história equivale a R$ 231 trilhões

– O desmatamento na Amazônia diminui 74% entre 2003 e 2009

ESPÉCIES INVASORAS (31%)

PREJUÍZO ANUAL R$ 2,5 trilhões

Espécies animais e vegetais que invadem ecossistemas também causam muito prejuízo mundo afora. No reino animal, os invasores desequilibram a cadeia alimentar e entre os vegetais, competem com espécies cultivadas por recursos essenciais como água, luz e oxigênio, além de hospedar pragas. Isso aumenta o custo de produção dos alimentos e compromete a fertilidade do solo

Continua após a publicidade

– Na África Subsaariana, que inclui 47 países, como Quênia, Senegal e Uganda, a erva-bruxa invasora ocasionou cerca de R$ 12 bilhões por ano de prejuízos nas culturas de milho

– Os coelhos causam R$ 655 milhões de perdas à agricultura da Austrália todo ano

– O mexilhão zebra e a amêijoa-asiática, moluscos introduzidos por acidente no litoral dos EUA, dão um preju anual de R$ 8,8 bilhões

– A introdução do parasita Gyrodactylus salaris, fez com que a densidade de salmões nos rios da Noruega caísse em 86%, gerando um prejuízo estimado em R$ 35 milhões

– Entre 1995 e 2005, o capim-chorão (Eragrostis plana) causou R$ 51 milhões em prejuízos à agricultura gaúcha (linkar com o boxe PRAGAS BRASILIS)

Continua após a publicidade

OUTROS* (25%)

PREJUÍZO ANUAL R$ 2 trilhões

Aqui entram vários estragos “menores” ao meio ambiente, como desgaste dos solos, pesca excessiva e extinção de espécies. De acordo com a agrônoma Patrícia Monquero, da Ufscar, há três formas de degradação do solo: a química (queda de fertilidade), física (erosão, compactação) e biológica (perda de biodiversidade). A sobrepesca é um problema tão grave que já atinge 80% dos estoques pesqueiros mundiais

– Quase um quarto dos solos do planeta estão degradados (30% desta área é de florestas, 20% pertence a áreas agrícolas e 10% a pastos). A maior parte deste chão maltratado fica na África, centro-norte da Austrália, sudeste da Ásia e pampas sulamericanos

– Atualmente, os esforços de pesca são 5 vezes maiores do que na década de 1970. Ou seja, é preciso gastar 5 vezes mais tempo e dinheiro para pescar a mesma quantidade de 40 anos atrás

Continua após a publicidade

– Os países que mais sofrem com sobrepesca são os africanos Mauritânia, Gâmbia, Senegal e Serra Leoa

– Todo ano, há um prejuízo mundial de R$ 60 bilhões relativos ao que é pescado e não é consumido

EXTINTOS SELVAGENS
Continua após a publicidade

Cerca de 21% das espécies de mamíferos, 12% das aves, 28% dos répteis e 35% dos invertebrados estão ameaçados de extinção

PRAGAS BRASILIS

Lavouras brasileiras também sofrem com as espécies invasoras

Tiririca (Cyperus rotundus)

Comum nas lavouras de milho, feijão e cana de açúcar

Tiriricão (Cyperus esculentus)

Frequente em culturas de café, cana de açúcar, arroz e maçã

Grama-seda (Cynodon dactylon)

Marca presença em pastagens e em culturas de milho, soja e uva

Confira um listão de pragas vegetais brasileiras em https://bit.ly/pragasbrasilis

FONTES Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); Panorama da Bioversidade Global 3 e The Economics of Ecosystems and Biodiversity – Cost of policy inaction (relatórios divulgados pelo Pnuma em 2008 e 2010, respectivamente); Oliver Hillel, coordenador da Secretaria de Biodiversidade da Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU

Publicidade

Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se você já é assinante. faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

ECONOMIZE ATÉ 82% OFF

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 2,99/mês

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$35,88, equivalente a R$ 2,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.