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Qual foi o real motivo de o Brasil ter entrado na Segunda Guerra?

A razão teve muito a ver com pressão popular

Por Redação Mundo Estranho
Atualizado em 6 mar 2024, 09h33 - Publicado em 18 abr 2011, 18h52

A razão mais imediata foi o afundamento de vários navios mercantes brasileiros por submarinos alemães e italianos durante o primeiro semestre de 1942. “Como conseqüência, a população saiu às ruas no Rio de Janeiro exigindo a declaração de guerra ao Eixo”, diz o historiador Ricardo Seitenfus, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. Entretanto, a participação do Brasil na Segunda Guerra envolveu um delicado balanço entre questões econômicas, comerciais, políticas e estratégicas. Nos anos anteriores ao conflito, o país vinha aumentando seu comércio com a Alemanha de Hitler até se transformar, no final da década de 30, no sexto maior parceiro comercial alemão.

Além disso, havia setores do governo brasileiro que simpatizavam com os nazi-fascistas, e as atitudes do próprio presidente Getúlio Vargas chegaram a alimentar rumores de que o Brasil poderia aderir ao Eixo, a aliança que reunia Alemanha, Itália e Japão. “Do outro lado, os Estados Unidos acenavam com ampla cooperação financeira e militar caso o Brasil se afastasse do bloco inimigo”, afirma Ricardo. O momento era oportuno para o Brasil tentar tirar proveito dos dois lados. Nessa negociação, quem pôs mais vantagens na mesa foram os americanos, que ofereceram colaboração econômica, ajuda para reequipar as Forças Armadas e apoio financeiro para a construção da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda (RJ), que impulsionou a modernização do parque industrial.

Paralelamente, a diplomacia americana pressionava o Brasil para conseguir borracha, minérios e outros materiais estratégicos no esforço de guerra, além de ter autorização para instalar bases militares no Nordeste, região-chave para o controle do Atlântico Sul. Como nosso país tornou-se o maior aliado de Washington na América do Sul, os navios brasileiros viraram alvos do Eixo. Em 1942, os torpedos dos submarinos alemães atingiram também a estabilidade do governo Vargas, que, diante da pressão pública, acabou declarando guerra em 22 de agosto.

Em cima do muro Governo manifestava simpatia pelos nazistas, mas acabou aderindo aos aliados

Junho de 1940

O presidente brasileiro Getúlio Vargas faz discursos demonstrando simpatia à causa dos países do Eixo. Alguns generais sugerem apoio à Alemanha

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Janeiro de 1942

Pressionado pelo governo americano, o Brasil rompe relações diplomáticas e comerciais com Alemanha, Itália e Japão

Primeiro Semestre de 1942

Navios mercantes brasileiros são torpedeados por submarinos alemães e italianos. Ao todo, 36 navios afundam, matando quase mil pessoas

Agosto de 1942

Depois de dezenas de passeatas de estudantes e do povo contra os nazistas, o governo brasileiro declara guerra contra Alemanha e Itália

Julho de 1944

Organizada um ano antes, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) embarca 25 mil soldados para a Europa. Desse total, 465 morrem e 1 517 são feridos

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