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Qual foi o mergulho mais profundo feito até hoje?

Por Artur Louback Lopes
Atualizado em 22 fev 2024, 11h18 - Publicado em 18 abr 2011, 18h47
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Respirando o ar de cilindros, o sul-africano Nuno Gomes chegou a 318,25 metros em junho de 2005. Só com o ar dos pulmões, o recorde é do belga Patrick Musimu: em um só fôlego, ele foi a 209,6 metros! Contudo, apesar de ter documentado o mergulho em vídeo, Musimu não aceitou a presença de juízes da Associação Internacional para o Desenvolvimento do Mergulho Livre, principal organização da modalidade, e, por isso, não é reconhecido oficialmente como o recordista. A marca oficial da categoria Sem Limites, que permite o uso de um trenó para acelerar a descida (veja o infográfico ao lado), é do austríaco Herbert Nitsch – 172 metros. A grande dificuldade em mergulhos profundos, com ou sem cilindro, é a pressão. Na superfície, a pressão é de 1 quilo por cm2 (ou 1 atmosfera) e, sob a água, ela aumenta 1 quilo por cm2 a cada 10 metros – portanto, a 200 metros ela é 21 vezes maior do que na superfície. O que isso significa? Para o mergulhador de apnéia (sem cilindro) significa um brutal esmagamento dos seus pulmões: se na superfície ele enche o peito com 6 litros de ar, lá embaixo eles viram 0,285 litro. Em mergulhos com cilindro, a pressão não comprime os pulmões, mas sim o gás levado no cilindro. Quanto mais o mergulhador afunda, mais denso fica esse gás e, portanto, o esforço para inalá-lo aumenta. Outro problema da pressão, em qualquer tipo de mergulho, é a ação dela nos ouvidos: o peso da água sobre os tímpanos é cada vez maior. Esses problemas levam a crer que o homem está perto do limite de profundidade no mergulho, embora os mergulhadores tentem provar o contrário. “Quanto mais avanço, mais acredito que o limite não existe”, diz o francês Loic Leferme, ex-recordista mundial de apnéia, com a marca de 171 metros.

Haja fôlego! Veja os equipamentos usados para chegar a 200 metros só com o ar dos pulmões

Cabo

O trenó corre por um cabo geralmente feito de teflon, material de pouco atrito que possibilita o máximo de velocidade na descida. O recordista Patrick Musimu foi a 209,6 metros e voltou em 3 minutos e 28 segundos, ou seja, uma média de 3,7 km/h

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Balão

Quando chega à profundidade desejada, o mergulhador infla o balão sobre sua cabeça e parte para a superfície em alta velocidade. Alguns trenós têm um pino, que faz o balão inflar automaticamente quando o mergulhador solta as mãos – outros, usam uma válvula

Equalização

A parte mais difícil do mergulho de apnéia é a equalização da pressão nos ouvidos. Para isso, usa-se a manobra de Valsalva, que consiste em tampar as narinas com os dedos ou com um tampão e soprar pelo nariz, de modo a empurrar o máximo de ar para os ouvidos

Roupa de neoprene

Quanto mais fundo, mais frio, afinal os raios de sol não chegam às profundezas. Por isso, mergulhadores costumam usar roupas de neoprene de mais de 1 centímetro de espessura. “Em grandes profundidades, a roupa é um equipamento de segurança”, diz a mergulhadora Karoline Meyer

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Lastro

O trenó leva pesos para ajudá-lo a descer mais rápido. Em algumas categorias de apnéia, há um limite de peso, mas na Sem Limites quem determina a quantidade de lastro é o mergulhador: se tem facilidade para equalizar a pressão nos ouvidos, coloca mais peso e acelera a descida

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