Qual foi o menor placar da história da NBA?
Conheça a história do jogo terrível que ajudou a salvar o futuro do basquete.
Foi 19 a 18! Essa partida tão “empolgante” aconteceu em novembro de 1950. O azarão Fort Wayne Pistons (hoje Detroit Pistons) segurou o jogo até não poder mais para vencer o favorito Minneapolis Lakers (atual Los Angeles Lakers). E olha que os dois times, juntos, fizeram só oito cestas com a bola em jogo. O resto dos pontos veio de lances livres.
Isso só foi possível porque a regra da época permitia aos jogadores prender a bola pelo tempo que bem entendessem. Simplesmente não havia o limite de 24 segundos para tentar a cesta. E os técnicos se aproveitavam disso do jeito óbvio: se o time abrisse alguma vantagem no placar, a ordem era segurar a bola no campo de ataque, na base da troca de passes curtos, até que os 48 minutos de partida se esgotassem.
“Depois do terceiro tempo, os jogadores praticamente sentavam em cima da bola”, ironizou em uma entrevista o ex-jogador Bob Cousy, que defendeu o Boston Celtics na década de 1950.
A saída para quem estivesse perdendo era clara: apelar para as faltas. Assim, até jogos com placares mais elásticos eram bisonhos. Nos playoffs de 1953, por exemplo, o Boston bateu o hoje extinto Syracuse Nats por 111 a 105, numa partida com várias prorrogações. O cestinha foi o próprio Cousy, com 50 pontos. Só que 30 deles foram de lances livres, de tantas faltas que o jogo teve.
Essas partidas chatas foram afastando o público dos ginásios até que, em 1954, o imigrante italiano Daniel Biasone, dono da equipe do Syracuse, apresentou um cálculo inusitado para os chefões da liga de basquete: “Olha: um jogo dura 48 minutos. Isso dá 2.880 segundos, certo? Em média, acho, são 120 arremessos por partida – 60 de cada time. Bom, 2 880 dividido por 120 dá 24. Então 24 segundos é mais do que suficiente para armar um ataque. Vamos impor isso!”
E assim, estava criado o limite de 24 segundos. A partir daí, os times tiveram de partir para o ataque. Na primeira temporada com a nova regra, em 1954, a média de pontos de cada equipe por partida subiu de 79,5 para 93,1 – deu certo.