Relâmpago: Revista em casa a partir de 9,90

Qual é o truque dos ventríloquos?

Para "projetar" a própria voz em um boneco articulado, o artista precisa de muita técnica vocal e um bom roteiro

Por Diego Meneghetti
Atualizado em 22 fev 2024, 10h42 - Publicado em 27 Maio 2013, 13h33
Qual é o truque dos ventríloquos?
(Cecília Andrade/Mundo Estranho)

PERGUNTA Matheus Costa, Brasília, DF

Para fazer um boneco “falar”, o ventríloquo precisa movimentá-lo em sincronia com a sua voz, emitida sem mexer os lábios. A neurociência explica como o espectador é enganado: quando o som e os movimentos da boca do boneco acontecem ao mesmo tempo, a tendência é associá-los inconscientemente – o mesmo ocorre quando assistimos TV e achamos que o som vem dos lábios de quem está na tela e não dos alto-falantes.

Acredita-se que a prática da ventriloquia tenha começado em torno de 300 a.C., na Grécia antiga, usada por oráculos para simular a voz dos deuses. Na Idade Média, a técnica foi associada à bruxaria e, no século 16, começou a aparecer em shows de mágica. Só no fim do século 19 ganhou o formato atual, com fantoches divertindo a audiência com histórias e piadas.

Alguns ventríloquos fazem a voz do boneco enquanto fingem beber água. O truque é feito com um copo especial, usado em números de mágica.

 

  • Relacionadas

 

Confira como é criada a ilusão sonora:

Continua após a publicidade

1) LÁBIOS IMÓVEIS

Falar sem mexer a boca, com lábios entreabertos, requer fôlego e treino. Iniciantes começam a praticar falando vogais em frente ao espelho, sempre inspirando fundo e soltando o ar devagar.

2) TROCA DE LETRAS
Pronunciar letras como “p”, “b”, “m” e “f” sem mover os lábios é difícil. Nesses casos, a saída é falar “nãe” em vez de “mãe” e “tato” em vez de “pato”, por exemplo. No meio de outras palavras, ninguém percebe a diferença na pronúncia.

3) OBJETO VIVO
Pequenas ações do boneco, como balançar a cabeça, iludem a plateia, fazendo-a associar os sons com os movimentos. Além disso, na hora da “fala”, o ventríloquo olha fixo para ele, conduzindo o olhar do público.

4) IDENTIDADE VOCAL
Desenvolver uma voz para o boneco é fundamental para que a plateia acredite que é ele quem está falando. A entonação precisa combinar com o perfil do personagem e, ao mesmo tempo, ser bem diferente da voz do ventríloquo.

Continua após a publicidade

5) ROTEIRO É TUDO
O texto precisa ser decorado, com as palavras mais difíceis ensaiadas várias vezes. O processo ajuda o ventríloquo a esquecer que está falando consigo mesmo e dar naturalidade ao diálogo.

 

CONSULTORIA Yakko Sideratos, ator e ventríloquo

FONTES Livro Dumbstruck: A Cultural History of Ventriloquism, de Steven Connor, e site Science Daily

Continua após a publicidade

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.