A primeira é feita de látex, líquido espesso e branco extraído de uma árvore nativa da Amazônia: a seringueira (Hevea brasiliensis). A segunda é um derivado do petróleo, obtido por meio de processo industrial, e tem um custo três vezes menor. Em compensação, por ter moléculas maiores e mais pesadas, a borracha natural tem uma estrutura mais estável – o que significa que ela se desgasta menos com o atrito e é mais elástica, não se rompendo facilmente. São essas características que fazem com que os pneus de avião, as luvas cirúrgicas e os preservativos sejam obrigatoriamente fabricados com borracha natural. Por outro lado, também devido ao tamanho e ao peso das moléculas, ela é permeável a gases e pouco resistente ao contato com solventes fortes – não pode ser usada, portanto, nas mangueiras de postos de gasolina.
“Esses problemas não acontecem com a maioria das borrachas sintéticas (existem mais de cem!), justamente porque suas moléculas são menores e têm uma estrutura mais fechada”, afirma o engenheiro agrônomo Marcos Silveira Bernardes, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, SP.