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Qual a diferença entre comunismo e socialismo?

Na teoria marxista, o socialismo é uma etapa para chegar ao comunismo. Mas, numa outra interpretação, também pode ser contrário a ele. Entenda.

Por redação Mundo Estranho
Atualizado em 22 fev 2024, 11h07 - Publicado em 18 abr 2011, 18h51

As expressões “comunismo” e “socialismo” recebem significados nem sempre muito precisos. Numa explicação bem resumida, daria para dizer que, segundo a teoria marxista (veja quadro abaixo), o socialismo é uma etapa para se chegar ao comunismo. Este, por sua vez, seria um sistema de organização da sociedade que substituiria o capitalismo, implicando o desaparecimento das classes sociais e do próprio Estado.

“No socialismo, a sociedade controlaria a produção e a distribuição dos bens em sistema de igualdade e cooperação. Esse processo culminaria no comunismo, no qual todos os trabalhadores seriam os proprietários de seu trabalho e dos bens de produção”, diz a historiadora Cristina Meneguello, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Mas essas duas expressões também pode assumir outros significados. “Pode-se entender o socialismo, num sentido mais limitado, significando as correntes de pensamento que se opõem ao comunismo por defenderem a democracia. Em contraposição, o comunismo serviria de modelo para a construção de regimes autoritários”, afirma o historiador Alexandre Hecker, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Assis (SP).

Os especialistas são quase unânimes em afirmar que nunca houve um país comunista de fato. Alguns estudiosos vão mais longe e questionam até mesmo a existência de nações socialistas.

“Os países ditos comunistas, como Cuba e China, são assim chamados por se inspirarem nas idéias marxistas. Contudo, para os críticos de esquerda, esses países sequer poderiam ser chamados de socialistas, por terem Estados fortes, nos quais uma burocracia ligada a um partido único exerce o poder em nome dos trabalhadores”, diz o sociólogo Marcelo Ridenti, também da Unicamp.

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Logo após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), formou-se na Europa, sob liderança da União Soviética, um bloco de nações chamadas de comunistas. “Esses países tornaram-se ditaduras, promovendo perseguições contra dissidentes. A sociedade comunista, justa e harmônica, concebida por Marx, não foi alcançada”, afirma Cristina.

Obras revolucionárias

O sociólogo, historiador e economista alemão Karl Marx (1818-1883) foi o principal pensador do marxismo, movimento filosófico e político nomeado em sua homenagem. Junto com Friedrich Engels (1820-1895), Marx detalhou sua teoria política e previu o colapso do sistema capitalista (baseado na propriedade privada) em três obras principais:

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Manifesto Comunista

Escrito entre 1847 e 1848, esse famoso manifesto defendia a idéia de que a história de todas as sociedades existentes até então era a história da luta entre as diferentes classes sociais.

Esboços da Crítica da Economia Política

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Manuscrito preparado por Marx e Engels, entre 1857 e 1858, que discutia questões como a propriedade agrária e o mercado mundial.

O Capital

No primeiro volume, lançado em 1867, Marx e Engels analisavam o modo capitalista de produção. Marx trabalharia até morrer nos dois volumes seguintes, mas eles só seriam publicados por Engels em 1885 e 1894.

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