Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Quais são os principais tipos de anestesia?

1- Para entender como agem os vários tipos de anestesia, é preciso entender antes como a dor é transmitida. Ela é um sinal de que há algo errado numa parte do corpo. E esse sinal segue da parte ferida até o cérebro viajando por nervos, que são como fios espalhados pelo corpo. Os nervos são […]

Por Luiz Fujita
Atualizado em 22 fev 2024, 11h39 - Publicado em 29 jul 2008, 20h01

1- Para entender como agem os vários tipos de anestesia, é preciso entender antes como a dor é transmitida. Ela é um sinal de que há algo errado numa parte do corpo. E esse sinal segue da parte ferida até o cérebro viajando por nervos, que são como fios espalhados pelo corpo. Os nervos são formados por uma seqüência de células especiais, os neurônios.

2- O interior do neurônio é eletricamente negativo e o ambiente em volta dele é positivo. Quando ferimos uma parte do corpo, o neurônio mais próximo do local abre na sua membrana os chamados canais de sódio, que permitem a entrada de íons de sódio. Como esses íons são positivos, o interior da célula vai perdendo seu estado negativo.

3- Para voltar ao estado original, o neurônio abre seus canais de potássio para a saída de íons de potássio (positivos) da célula. Essa seqüência de entra-e-sai vira uma reação em cadeia, que vai passando de um neurônio para outro até chegar ao cérebro. Lá, essa seqüência de alterações na carga dos neurônios é “traduzida” como um sinal de dor.

ANESTESIA LOCAL

Substâncias como a lidocaína agem quimicamente nos neurônios perto do ferimento

1- No caso de um ferimento mais simples, os médicos podem interromper o mecanismo de transmissão do sinal da dor aplicando uma anestesia local. Se você cortou a mão, por exemplo, recebe uma injeção com anestésicos na região do corte.

Continua após a publicidade

2- Os anestésicos locais têm substâncias, como a lidocaína e a bupivacaína, que reagem quimicamente com os neurônios da região machucada, impedindo a abertura dos canais de sódio. Assim, o processo de transmissão da dor é interrompido logo de cara.

ANESTESIA GERAL

Coquetel de drogas atua nos neurônios cerebrais, bloqueando a dor de qualquer parte do corpo

1- Muitas vezes o paciente precisa estar imóvel ou inconsciente para não atrapalhar a intervenção médica. Aí entra a anestesia geral, que é uma mistura de substâncias com várias funções. Ela é aplicada na veia, pois pela corrente sanguínea os anestésicos chegam mais rápido ao cérebro.

Continua após a publicidade

2- Uma das substâncias do coquetel da anestesia geral tem a função de impedir que o sinal da dor seja decifrado no cérebro. Essa substância, que pode ser uma droga como o remifentanil, abre receptores dos neurônios cerebrais por onde entram íons de cloro, que são negativos.

3- Cheios de íons de cloro, os neurônios cerebrais ficam sempre “no negativo” – mesmo com aquela reação iniciada no local ferido. Como as células mantêm seu equilíbrio, o sinal da dor não é transmitido na região. E, como é o cérebro que “traduz” esse sinal, a pessoa não sente dor em nenhuma parte do corpo.

4- No coquetel da anestesia geral ainda há substâncias que levam à inconsciência e relaxantes musculares que impedem a movimentação do paciente. Cada droga age em vários tipos de receptores dos neurônios cerebrais, e o anestesista vai administrando suas doses durante toda a cirurgia.

Continua após a publicidade

ANESTESIA REGIONAL

Raquidiana e peridural bloqueiam a transmissão da dor quando o sinal chega à medula

1- Um meio-termo entre as anestesias local e geral são as anestesias aplicadas em regiões stratégicas do corpo, como a raquidiana e a peridural. Esse tipo de procedimento interrompe a ransmissão do impulso da dor na medula, que é por onde passa a maioria dos nervos do corpo. O aciente fica então imune à dor do umbigo para baixo.

2- A anestesia peridural é aplicada fora do canal espinhal, numa camada de gordura em volta da dura-máter. Como é injetada em um local menos invasivo e arriscado, é possível pôr um cateter e ir aplicando mais anestésico por várias horas, de acordo com a necessidade da cirurgia. Mas ela romove um relaxamento menor que a raquidiana.

Continua após a publicidade

3- A anestesia raquidiana é aplicada na dura-máter, membrana que envolve a medula. O médico precisa perceber que atingiu o local exato da aplicação da injeção pelo tato! Como ela age em um espaço-chave na transmissão das sensações, com pouco anestésico já se consegue um grande relaxamento, o que é bom em cirurgias mais delicadas.

CONSULTORIA: IRIMAR DE PAULA POSSO E MARIA CARMONA, ANESTESIOLOGISTAS DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE SÃO PAULO

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.