Quais foram os maiores erros de arbitragem de todos os tempos?
Na opinião de sete feras que Mundo Estranho ouviu, a maior falha foi um gol irregular da Inglaterra na final da Copa de 1966 contra a Alemanha. Para montar esse top 10, consultamos a memória dos cronistas esportivos Alberto Helena Jr., Juca Kfouri, Ruy Carlos Ostermann e Paulo César Vasconcellos, além dos ex-árbitros José Roberto […]
Na opinião de sete feras que Mundo Estranho ouviu, a maior falha foi um gol irregular da Inglaterra na final da Copa de 1966 contra a Alemanha. Para montar esse top 10, consultamos a memória dos cronistas esportivos Alberto Helena Jr., Juca Kfouri, Ruy Carlos Ostermann e Paulo César Vasconcellos, além dos ex-árbitros José Roberto Wright, Oscar Roberto de Godoy e Sílvio Luiz – pois é, o atual narrador da Bandsports também já foi juiz! Para decidir a posição de cada erro, adotamos dois critérios: o número de votos de cada falha e sua relevância histórica – um erro em um torneio internacional vale muito mais que em um campeonato estadual, por exemplo. Seguindo o mesmo raciocínio, uma mancada durante uma final vale mais do que uma falha na fase classificatória. Isso explica por que o erro do suíço Gootfried Dienst ocupa o topo da lista: sua “miopia” foi decisiva para os súditos de Elizabeth II conquistarem sua primeira e única Copa do Mundo. A única exceção notória a essa lógica é a nossa terceira posição, uma singela final do Paulistão. Mas vale pelo ineditismo da mancada: como você vai conferir, foi a única vez na história que um erro de matemática decidiu um campeonato!
Mães dos juízes ouviram muitas “homenagens” por estas 10 mancadas
10. PORTUGUESA 2X2 CORINTHIANS
Campeonato – Paulistão de 1998 (semifinal)
Data – 26.4.98
Estádio – Morumbi (São Paulo)
Árbitro – Javier Castrilli (Argentina)
Os três primeiros gols da partida nasceram em jogadas duvidosas. Mas a maior sacanagem veio nos acréscimos do segundo tempo: o zagueiro César, da Lusa, interceptou uma bola com o peito em sua grande área, mas o juizão Castrilli viu toque de mão e marcou pênalti. Gol! O Timão, que jogava pelo empate, foi à final.
9. PALMEIRAS 0X1 SÃO PAULO
Campeonato – Paulistão de 1971 (final)
Data – 27.6.71
Estádio – Morumbi (São Paulo)
Árbitro – Armando Marques (Brasil)
Precisando da vitória para levar o caneco, o Verdão partiu pro ataque. Depois de muita insistência, Leivinha cabeceou um balaço certeiro na meta tricolor aos 22 minutos do segundo tempo. Era o gol do empate, mas o juiz Armando Marques viu toque de mão do atacante e anulou o tento alviverde.
8. GRÊMIO 0X1 FLAMENGO
Campeonato – Brasileirão de 1982 (3º jogo da final)
Data – 25.4.82
Estádio – Olímpico (Porto Alegre)
Árbitro – Oscar Scolfaro (Brasil)
O tricolor gaúcho buscava o gol do empate e do título quando o centroavante Baltazar cabeceou no alto do gol flamenguista. Para impedir o tento, o rubro-negro Andrade meteu a mão na pelota. Pênalti? Não para o juizão Oscar Scolfaro, que mandou o jogo seguir dizendo que o toque foi do goleiro Raul. Mas, como a gente vê na imagem, o arqueiro estava caído na hora do lance…
7. ITÁLIA 3X2 BRASIL
Campeonato – Copa de 1982 (2ª fase)
Data – 5.7.82
Estádio – Sarriá (Barcelona, Espanha)
Árbitro – Abraham Klein (Israel)
O Brasil só precisava de um empate para avançar à semifinal, mas o carrasco Paolo Rossi enfiou três gols no supertime brasileiro. Tudo poderia ter sido diferente se o árbitro tivesse visto o puxão do zagueiro Gentile em Zico dentro da área italiana. O pênalti não marcado deixou uma prova difícil de contestar: a camisa do “Galinho” ficou com um rasgo enorme!
6. ESPANHA 0X0 CORÉIA do sul (3 X 5 NOS PÊNALTIS)
Campeonato – Copa de 2002 (quartas-de-final)
Data – 22.6.02
Estádio – Gwangju (Coréia do Sul)
Árbitro – Gamal Gandhour (Egito)
Na prorrogação, o espanhol Morientes aproveitou um cruzamento do lateral Joaquin e cabeceou para o gol. Festa da “Furia”, mas o bandeirinha disse que a bola cruzada saiu pela linha de fundo e invalidou o lance. Só que a regra é clara: quando a bola não sai por inteiro (veja à esquerda), tá valendo! Nos pênaltis, os coreanos venceram por 5 a 3 a partida mais escandalosa da “Copa dos erros de arbitragem”.
5. BRASIL 2X1 ESPANHA
Campeonato – Copa de 1962 (fase classificatória)
Data – 6.6.62
Estádio – Sausalito (Viña del Mar, Chile)
Árbitro – Salvador González Bustamante (Chile)
Precisávamos de um empate para seguir na Copa, mas a Espanha abriu o placar aos 35 minutos do primeiro tempo. A coisa teria ficado realmente feia se o juiz não tivesse anulado um gol de bicicleta do húngaro naturalizado espanhol Puskas. Acompanhe a seqüência ao lado: você percebe alguma irregularidade? A gente também não. Até hoje, ninguém sabe o porquê desse erro que deu uma força para o nosso bicampeonato.
4. SANTOS 1X1 BOTAFOGO
Campeonato – Brasileirão de 1995 (2º jogo da final)
Data – 17.12.95
Estádio – Pacaembu (São Paulo)
Árbitro – Márcio Resende de Freitas (Brasil)
Uma arbitragem catastrófica definiu o Brasileirão de 1995. Com um gol de Túlio impedido, o Fogão saiu na frente. O Santos empatou em outro erro do juiz: o lateral Capixaba ajeitou com a mão e tocou para Marcelo Passos marcar. Pra ser campeão, o Peixe precisava de mais um gol. E conseguiu no finalzinho, com Camanducaia. Mas, em tarde “inspirada”, Márcio Resende anulou, alegando impedimento inexistente.
3. SANTOS 0X0 PORTUGUESA (decisão por pênaltis inacabada)
Campeonato – Paulistão de 1973 (final)
Data – 28. 3. 73
Estádio – Morumbi (São Paulo)
Árbitro – Armando Marques
Na decisão por pênaltis, o Peixe converteu duas das três primeiras cobranças. A Lusa errou as três, mas ainda podia empatar, certo? Não para o juiz Armando Marques, que encerrou as cobranças e declarou o Santos campeão. Percebendo o erro, o técnico da Portuguesa pegou seu time e sumiu do Morumbi. Para “consertar” a lambança, a Federação Paulista decidiu dividir o título entre as duas equipes.
2. ARGENTINA 2X1 INGLATERRA
Campeonato – Copa de 1986 (quartas-de-final)
Data – 22.6.86
Estádio – Azteca (Cidade do México, México)
Árbitro – Ali Bem Naceur (Tunísia)
Aos 6 minutos do segundo tempo, o pequenino meio-campo Maradona saltou com o grandalhão goleiro Shilton. Com o punho esquerdo (abaixo, a prova do crime em dois ângulos), ganhou a dividida aérea e desviou a bola para as redes. E saiu comemorando. “Fiz o gol com a minha cabeça e a mão de Deus”, declarou o camisa 10 argentino. Sem essa “mãozinha divina” e do juizão Naceur, que não viu o lance , a história da Copa poderia ter sido outra.
1. INGLATERRA 2X2 ALEMANHA OCIDENTAL (2 X 0 NA PRORROGAÇÃO)
Campeonato – Copa de 1966 (final)
Data – 30.7.66
Estádio – Wembley (Londres, Inglaterra)
Árbitro – Gootfried Dienst (Suíça)
Depois do empate no tempo normal, a Inglaterra estufou as redes aos 10 minutos do primeiro tempo da prorrogação. “Estufou as redes” é modo de dizer, pois no “gol” do inglês Hurst a bola bateu no travessão e quicou sobre a linha (veja ao lado). Ela não entrou por inteiro, mas o árbitro validou o tento. Revolta dos alemães. Hurst ainda faria outro gol para os ingleses, mas o erro ficou marcado como uma ajuda decisiva para determinar os vencedores daquela Copa.