Por motivos muito mais simples e práticos que misteriosos. Quando uma mulher vai ao banheiro, costuma não só fazer suas necessidades como também cuidar do visual, reforçando o batom após a refeição, passando um spray numa mecha de cabelo indisciplinado ou disfarçando as olheiras com um corretivo. A presença de uma ou mais amigas por perto serve para dar o veredicto final, confirmando se realmente ficou tudo no lugar certo. Além disso, o banheiro foi eleito como um foro privilegiado para verdadeiras assembléias femininas, ou, em português claro, para uma boa sessão de fofocas. Para as mulheres, que costumam ter uma relação mais tranqüila com a intimidade do que os homens, o toalete é um lugar como outro qualquer, com a vantagem de ser reservado do público. Além disso, o banheiro feminino, ao contrário do masculino, favorece a conversa em grupo, já que existe um local privado para fazer as necessidades e o resto do espaço pode ser usado com liberdade para animadas discussões sobre os mais variados temas. “O assunto depende muito do contexto. No trabalho, por exemplo, o banheiro pode ser usado para falar mal do patrão. Mas também pode servir como lugar de desabafo, por isso se vêem freqüentemente mulheres chorando no banheiro”, afirma a socióloga Ella Shohat, da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, e militante feminista. Para a psicóloga Márcia Portazio, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo, não há nada de espantoso no comportamento: “É apenas mais uma expressão da necessidade básica do ser humano por contato social. Dependendo das influências culturais, isso se manifesta de formas diferentes em cada sexo.” As assembléias masculinas podem ocorrer, por exemplo, numa reunião de amigos para jogar futebol. No banheiro, os homens, que normalmente não gostam de compartilhar intimidades, preferem ser bem mais pragmáticos, limitando-se às necessidades.
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