Tudo depende de dois fatores: a profundidade com que a agulha penetra no corpo e a composição química das substâncias aplicadas. Basicamente, existem quatro tipos de injeção: intradérmica, subcutânea, intravenosa e intramuscular. A diferença está no ponto do corpo que elas atingem. A intramuscular, que como o próprio nome diz vai diretamente ao músculo, é a que mais incomoda por penetrar mais fundo em nossos braços ou glúteos. Já a intradérmica, aplicada na pele, é a menos dolorosa. Mas, além dessa questão de alcance das agulhas, o produto injetado também torna a picada mais ou menos desconfortável. Em algumas injeções, como numa aplicação de vitamina A, o princípio ativo do medicamento precisa ser dissolvido em gordura, uma substância mais complicada de ser quebrada pelo organismo e que por isso gera mais dor ao paciente picado.
Outras vezes o composto aplicado pode receber um adjuvante, substância usada para dar mais estabilidade ao medicamento e que prolonga não só o efeito deste como também o incômodo da agulhada. Há casos em que a pessoa pode optar entre tomar um remédio via oral ou por meio de uma injeção, mas nem sempre é assim. A vantagem da picada é que o medicamento tem uma ação bem mais rápida, localizada e não sofre a influência de outros compostos produzidos pelo corpo, como os ácidos do estômago. A tendência atual é tentar aliviar um pouco o sofrimento dos pacientes diante das injeções, juntando, por exemplo, várias vacinas em uma só. “Hoje em dia, uma única injeção na coxa permite a aplicação das vacinas tríplice bacteriana, Salk, hemófilos e hepatite”, diz a pediatra Sandra de Oliveira Campos, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Os profissionais da área de saúde estudam até mesmo mudanças na composição das vacinas, pensando em diminuir o desconforto para as pessoas. Essas novidades podem até deixar as picadas mais palatáveis, mas as injeções ainda terão vida longa na medicina.
Sofrimento profundo Quanto mais longe vai a agulha, mais desconforto a pessoa sente
Entrada superficial
Aplicada com uma agulha de 0,4 a 0,5 milímetro de calibre, a injeção intradérmica é a mais superficial de todas, não ultrapassando as camadas da pele. Serve, por exemplo, para testes de alergia, pois esse tipo de problema aparece justamente na pele. Outro uso é na aplicação da BCG, a vacina contra tuberculose
Abaixo da pele
Com agulhas de calibre um pouco mais grosso, entre 0,5 e 0,7 milímetro, as injeções subcutâneas ultrapassam a pele e chegam até a camada de gordura. A insulina usada pelos diabéticos é aplicada aqui. A vacina de sarampo também, pois assim proporciona melhor defesa para o organismo e menos efeitos adversos
Direto na veia
As injeções intravenosas chegam a uma veia, onde é aplicada a maioria dos antibióticos. Algumas vitaminas também podem ser aplicadas aqui. Esse tipo de injeção não costuma ser tão dolorosa como a intramuscular, mas, dependendo da substância aplicada, pode ser muito irritante. Quem já tomou glicose após um grande porre sabe bem disso
Ponto final
A intramuscular é a mais profunda, pois a agulha precisa chegar até o músculo da pessoa, normalmente no ombro ou nos glúteos. Por isso ela é a mais dolorosa das injeções. A temida Benzetacil, usada contra várias infecções, pertence a esse grupo. Sua fórmula química, feita para agir por longo tempo, piora ainda mais as coisas
Leia também:
– Qual a injeção que mais dói?
– Como é feita a infiltração em atletas?